Plataforma digital do IPAM oferecerá formação em Justiça Restaurativa

Marcelo Nalesso Salmaso, membro do Grupo Gestor da Justiça Restaurativa do TJSP

Ferramenta disponibilizada pelo Instituto Paulista de Magistrados beneficiará inicialmente facilitadores, gestores e outros agentes de resolução de conflitos na comunidade de Heliópolis

Já está disponível para três turmas de facilitadores, gestores e outros agentes de resolução de conflitos da região de Heliópolis, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, um curso de Introdução à Justiça Restaurativa, realizado totalmente a distância e executado por uma plataforma disponibilizada pelo Instituto Paulista de Magistrados (IPAM).

Os participantes foram inscritos no curso por meio de projeto desenvolvido graças à parceria celebrada entre o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), por meio do Grupo Gestor da Justiça Restaurativa na Coordenadoria da Infância e da Juventude, a Escola Paulista da Magistratura (EPM) e o Instituto Paulista de Magistrados, com a participação da Diretoria de Ensino – Região Centro-Sul. O curso foi construído e é desenvolvido por pessoas das instituições envolvidas na parceria.

“O objetivo do curso é colocar em movimento ações de Justiça Restaurativa na região, por meio da formação de indivíduos que possam rever suas crenças e teorias acerca das questões sobre conflito e violência, permitindo que organizem ações em seus ambientes de atuação, com foco no desenvolvimento da convivência justa e ética”, afirma o juiz Marcelo Nalesso Salmaso, membro do Grupo Gestor da Justiça Restaurativa do TJSP e um dos coordenadores da iniciativa.

A formação oferecida pelo curso dará acesso ao conteúdo teórico básico sobre Justiça Restaurativa, para que os participantes estejam aptos a estabelecer a relação entre a Justiça Restaurativa e a Cultura de Paz; analisar o panorama nacional e internacional a partir de noções introdutórias; diferenciar as metodologias de resolução/transformação de conflitos e reparação de danos mais utilizadas na Justiça Restaurativa no Brasil; e aplicar a metodologia de implantação de projetos de Justiça Restaurativa utilizada no Estado de São Paulo.

O juiz Marcelo Salmaso, que também é membro do Conselho Consultivo e Fiscal do IPAM e coordenador da Comissão Científica e do Projeto de Justiça Restaurativa do Instituto, diz que a Justiça Restaurativa, por meio de seus princípios, valores e práticas, afasta-se da lógica individualista e permite enxergar o ser humano como um ser multidimensional e relacional, uma vez que ela contempla três dimensões fundamentais do indivíduo e da convivência: relacional, institucional e social.

Construção coletiva de responsabilidades

“A Justiça Restaurativa contribui para que as pessoas compreendam que tudo que elas fazem tem consequências para si próprias, para as demais pessoas da comunidade e para o meio ambiente, bem como que é importante garantir vez e voz a todos na convivência dentro das instituições e na sociedade, para que todos se sintam pertencentes, e que é necessário haver uma construção coletiva de responsabilidades, convidando os membros da comunidade a assumirem as suas corresponsabilidades quanto aos fatores motivadores do conflito e da violência, de forma a agir para superá-los e, assim, contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e humana”, afirma.

O magistrado acredita que depois da capital de São Paulo, onde está a comunidade do Heliópolis, a médio prazo o curso pode chegar às comarcas do interior do Estado, e a longo prazo atingir outros Estados. “A Justiça Restaurativa ainda é nova no Brasil, mas é importante que ela se expanda por todo o país. Para tanto, são necessárias formações e capacitações, com qualidade, de facilitadores, gestores e outros agentes de transformação, por meio de cursos teóricos e práticos que permitam a compreensão de uma Justiça Restaurativa profunda e transformadora, construída por toda a comunidade, e que atue nos fatores relacionais, institucionais e sociais motivadores do conflito e da violência, por meio de seus métodos e demais ações complementares, para a construção de uma sociedade pautada pela cooperação e pelo cuidado das pessoas com elas próprias, com o outro e com o meio ambiente”, finaliza.

As inscrições podem ser feitas no link http://cursos.ipam.com.br/geral/3/curso-de-introducao-a-justica-restaurativa/

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