Investimentos globais em ESG devem chegar aos US$ 53 trilhões até 2025

Emanuel Pessoa, advogado especializado em Direito Internacional, Governança Corporativa, Direito Societário, Contratos e Disputas Estratégicas

O dado é da pesquisa ESG Radar 2023, refletindo uma demanda do mercado, que considera as práticas ambientais, sociais e de governança um requisito determinante para aplicar recursos nas empresas

Os investimentos em ESG devem chegar, até 2025, aos US$ 53 trilhões, mundialmente. A estimativa é da pesquisa ESG Radar 2023. “O dado aponta um crescimento significativo em iniciativas ambientais, sociais e de governança corporativa dentro das empresas nos próximos anos, resultado de uma demanda dos investidores, que consideram o desempenho da sigla um ponto determinante para a escolha das aplicações”, explica o advogado Emanuel Pessoa, especializado em Direito Internacional, Governança Corporativa, Direito Societário, Contratos e Disputas Estratégicas, além de mestre em Direito pela Harvard Law School e Doutor em Direito Econômico pela USP.

Em contrapartida, de acordo com outra pesquisa desenvolvida pela consultoria e auditoria Deloitte, entre fevereiro e março de 2023, a conciliação entre essas aplicações e resultados futuros é um dos maiores desafios enfrentados pelas lideranças. “Por isso, aliar a execução das pautas à expectativa de finalidades lucrativas ainda é um grande desafio para as empresas”, assinala Emanuel. 

O advogado alerta que, muitas vezes, companhias interessadas em promover mudanças sociais ou de consumo podem se ver em situação econômica desvantajosa, tornando-se incapazes de agir como desejavam.

“Outros obstáculos estão, também, enraizados no próprio ambiente corporativo. Por um lado, temos a falta de mão de obra qualificada para criar e executar políticas e regras de governança. Por outro, o elevado número de empresas sem administração profissional separada da figura dos sócios – um reflexo do domínio de empresas familiares e individuais no volume dos CNPJs”, constata ele.

Duas das três frentes da sigla chamam mais a atenção dos consumidores: a preservação do meio ambiente e as questões sociais, acredita Emanuel. Para ele, a governança é um tema mais restrito a investidores, uma vez que, na visão de fora, ela apenas visa mitigar o conflito de interesses entre os sócios e os administradores de uma empresa.

“Mas é a governança corporativa que analisa investimentos e políticas ambientais e sociais à luz de uma análise entre retorno e risco. Desta forma, é o ‘G’ que permite a efetivação consistente e de longo prazo do ‘E’ e do ‘S’. Merece nossa atenção”.

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