Mapear e gerenciar riscos psicossociais é um grande desafio para empresas em 2021

Ana Carolina Peuker: psicóloga e fundadora da BeeTouch

Por meio de Data Science e de plataforma digital, é possível rastrear e gerir este gênero de riscos, desde a análise preditiva até a implementação de um plano estratégico e do monitoramento de indicadores

Os riscos psicossociais constituem um grande desafio de segurança e saúde no trabalho. Esses riscos, diferentemente dos físicos, químicos e biológicos, não são facilmente identificados. Somados ao estresse, repercutem negativamente na saúde dos indivíduos, das organizações e no desenvolvimento das nações. Apesar de custarem cerca de 1 trilhão de dólares à economia global todo ano, segundo dados da OMS, as questões relacionadas à saúde mental são negligenciadas em termos de investimento, tanto pelo tabu atrelado a este tema, mas também porque muitos gestores não sabem como agir diante disso.

No entanto, as empresas podem atuar de forma efetiva, abordando o tema como uma questão organizacional e não um problema individual. Os riscos psicossociais podem ser geridos como qualquer outro risco de saúde e segurança no trabalho. No Brasil, isso ainda é um tema novo. Foi para auxiliar as organizações a construírem uma cultura de atenção primária à saúde mental que surgiu a BeeTouch, pioneira na mensuração digital de risco psicológico e em avaliações psicológicas digitais. Desde 2012, a startup oferece ferramentas ágeis e eficientes para gerir o risco em saúde mental dos colaboradores por meio de data science, aliando inteligência, precisão e qualidade na análise de resultados.

“Ainda estamos sensibilizando os gestores sobre a necessidade de “abrir” canais para abordarmos o tema da saúde mental, para redução do estigma e estímulo à busca precoce de ajuda. Mas, não podemos reduzir a complexidade que envolve o tema da saúde mental à discussão de transtornos mentais comuns, como a depressão e a ansiedade. Tais transtornos devem ser abordados, mas temos muito a explorar e a realizar neste âmbito. Especialmente, no que tange às estratégias preventivas, ao rastreio precoce e à gestão dos riscos psicossociais” – pontua Ana Carolina Peuker, psicóloga e fundadora da BeeTouch.

As organizações devem ser responsáveis por instituir medidas, cumprir medidas legais, definir padrões de conduta de ação, sistemas de identificação de demandas, que garantam a integridade destes trabalhadores. É necessário uma abordagem sistêmica, com método e acompanhamento longitudinal de indicadores, com ciclos de melhoria contínua. Um ambiente psicossocial positivo ou um “ambiente psicologicamente seguro” favorece a produtividade, o engajamento, o desenvolvimento pessoal, além do bem-estar integral (físico e mental) dos trabalhadores.

A Bee Touch rastreia, através de software, os riscos psicossociais para garantir sua rastreabilidade e gestão. Por meio da tecnologia, é possível diagnosticar as fontes de estresse, entre as quais podem estar escondidas o preconceito, o mobbing, a insegurança laboral, o assédio e a violência no trabalho.

Abordagem preventiva e integrada

Uma abordagem preventiva, integrada e sistemática da gestão dos riscos psicossociais é a “regra de ouro” para garantir a competitividade dos negócios e a saúde dos trabalhadores. Os riscos psicossociais são mais complexos e difíceis de gerir do que os riscos – físicos, químicos e biológicos – amplamente abordados pela área de saúde e segurança no trabalho.

A Bee Touch tem como missão contribuir para que as empresas disponibilizem um “EPI” – equipamento de proteção – neste caso, o “i” é de invisível, que protege contra os danos psicológicos aos colaboradores. O “estressômetro”, por exemplo, é uma ferramenta com um caráter lúdico, que permite o rastreio dos níveis e fontes de estresse. “Entendemos que os riscos que podem culminar em problemas psicológicos são dinâmicos. Por isso, precisamos de tecnologia e metodologias ágeis para rastreá-los e geri-los de forma eficiente. Hoje, os efeitos negativos do trabalho remoto e da hiperconectividade são vivenciados por muitos trabalhadores e gestores. Nosso trabalho pode envolver mais de uma etapa, que vai desde a sensibilização, diagnóstico, elaboração de um “mapa” digital dos riscos, análise preditiva até a implementação do plano estratégico e o monitoramento dos indicadores, tudo através de uma plataforma digital que consolida os dados e permite o acompanhamento e melhorias contínuas”, conclui a CEO Ana Carolina.

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