Fortalecer parcerias com startups é estratégia global da Thomson Reuters

Ralff Tozatti, diretor de Marketing da Thomson Reuters para a América Latina   (Foto: Divulgação)

Iniciativas da múlti buscam acelerar a introdução de inovações e a criação de valor para os clientes

Irineu Uehara

Com forte presença no mercado de soluções voltadas para as áreas jurídica, tributária, contábil, fiscal e de comércio exterior, a multinacional Thomson Reuters elegeu como estratégia global estreitar parcerias com as startups. A meta é contemplar demandas específicas dos usuários, acelerando com isso a entrega de valor a eles.

“Criamos um core de produto que vai atender os advogados, sejam grandes, médios ou pequenos, na sua gestão e em todo o seu workflow jurídico. Mas entendemos que o processo de inovação precisa ser combinado com o de outras empresas. Percebemos então a agilidade das startups na criação de soluções de nicho, bem específicas para atender determinadas necessidades”, explica Ralff Tozatti, diretor de Marketing da Thomson Reuters para a América Latina, em entrevista concedida a Law Innovation.

Diante das dimensões enormes do mercado, a política da múlti passou a ser a de favorecer a construção de ecossistemas de apoio à inovação aberta. O escopo é tornar disponível uma plataforma onde as startups possam conectar sua proposta de valor. “A partir daí geramos benefícios para nossos clientes, que podem acessar a tecnologia de modo mais rápido. Ao mesmo tempo, a startup ganha ao escalar a solução dela em nossa base de usuários, que é muito grande ao redor do mundo”, destaca o executivo.

Indo muito além da promoção de hackatons e de pitch days, a Thomson Reuters pretende, na verdade, fomentar uma nova cultura de desenvolvimento para melhor absorver tecnologias emergentes e ideias disruptivas: “O que queremos é aprender com as startups como sermos mais agile, como criar mais rapidamente uma proposta de valor”, situa Tozatti.

Hoje a empresa desenvolve projetos com 12 pequenos empreendedores no Brasil, não só legaltechs. Uma delas, por exemplo, atua com global trading, lidando com exportações e importações. Uma outra desenhou uma solução que cruza dados para melhorar a eficiência no controle de multas do Fisco. Na última Fenalaw, por sinal, havia três startups cujas soluções já estão plugadas e integradas à plataforma da Thomson Reuters.

O papel de destaque do FLIC

Foi no âmbito desta estratégia que a multinacional, em parceria com a Future Law, criou o FLIC (Future Law Innovation Center) em São Paulo (SP), a fim de fortalecer seu posicionamento em nosso mercado, situado entre os maiores e mais promissores do mundo. O FLIC é um dos sete centros de inovação mantidos globalmente pela Thomson.

“Queríamos um local onde de fato pudéssemos suportar de modo transparente as startups e a mentalidade inovadora. A Future Law já tinha sido criada como uma escola para tratar da inovação aplicada ao Direito, tendo-se tornado uma marca disseminadora do novo mindset. Na parceria, buscamos criar uma base de inovação do conhecimento para o Direito 4.0 na América Latina”, detalha Tozatti.

O balanço do trabalho do FLIC, em seus 16 meses de operação, é altamente positivo, na avalição da Thomson. Sem revelar números, o diretor garante que em três meses se pagou o investimento desembolsado nesta iniciativa, mesmo levando-se em conta que o objetivo do FLIC não é vender, mas sim o de estimular o aculturamento tecnológico do público jurídico.

Para tangibilizar o retorno, o executivo menciona duas maneiras bem práticas, padronizadas pelo mercado, para estimar os benefícios obtidos. Uma diz respeito ao marketing, considerando-se a grande repercussão que a iniciativa alcançou na mídia.

O segundo parâmetro, não menos importante, é o ROI, calculado em cima da redução do ciclo médio de vendas e da própria geração de novas vendas. “Do ponto de vista dos negócios desenvolvidos, o investimento já se pagou há muito tempo”, conclui Ralff Tozatti.

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