Auditores internos com domínio de tecnologias estão em falta no mercado global

Bruno Giometti, diretor de Auditoria Interna da Protiviti Brasil

Pesquisa da Protiviti detecta escassez de profissionais que dominem com proficiência ferramentas como aprendizado de máquina, automação e análise de dados. Apenas 31% dos executivos contam com esse perfil de auditor em suas equipes. 

A evolução dos riscos empresariais coloca os profissionais de Auditoria Interna no centro das atenções.  A situação se torna mais alarmante com o cenário de dificuldades na contratação e retenção desses talentos. De acordo com a pesquisa Next-Generation Internal Audit Survey (Next-Gen IA), realizada pela Protiviti, empresa especializada em soluções para gestão de riscos, compliance, ESG, auditoria interna, investigação, proteção e privacidade de dados, 43% dos executivos do setor relatam falta de acesso a habilidades e talentos específicos necessários para essa área.

“A escassez de recursos e talentos que atuem com demandas atuais, como o uso de tecnologia nas rotinas do setor, ocorre em um momento no qual a expectativa é de que o auditor interno assuma um papel de protagonista na mitigação de riscos que surgem diariamente em um ambiente inóspito como o que vivemos. Além disso, as regulamentações e as mudanças nas prioridades de negócios trazem um componente adicional aos desafios”, esclarece Bruno Giometti, diretor de Auditoria Interna da Protiviti Brasil.

A pesquisa, que entrevistou 573 líderes, incluindo chefes executivos, diretores e gerentes de auditoria de empresas de todo mundo, sendo 60% delas com receitas de US$ 1 bilhão ou mais, identificou ainda que a escassez está conectada a profissionais que transitam com proficiência e naturalidade nas mais diversas tecnologias que fazem parte dos negócios, como aprendizado de máquina, automação e análise de dados. Apenas 31% dos executivos têm acesso a esse tipo de perfil de auditor em suas equipes, o que dificulta a missão da auditoria interna de inovar e agregar maior valor aos stakeholders.

Salários e eficiência financeira

Os Executivos de Auditoria (CAEs), que correspondem a 36% dos entrevistados, trouxeram grande preocupação com o aumento do custo com salários e, em especial, com a forte pressão das companhias para que haja uma maior eficiência financeira. Além disso, 34% apontaram os desafios de construir e manter uma cultura focada na entrega de valor em meio a modelos de trabalho híbrido e remoto.

O estudo sugere que é vital que os líderes de auditoria desenvolvam estratégias para atrair, reter e treinar pessoas qualificadas, mantendo o pé no acelerador quando se trata de evoluir e maximizar a relevância da função para o futuro.

Diante deste cenário, as áreas de auditoria interna têm buscado estratégias alternativas para garantir o acesso aos talentos e, em especial, às habilidades certas para as demandas, incluindo acordos de co-sourcing e programas de auditoria rotativa, como um complemento crítico para a contratação e as atividades de treinamento. “Isso é especialmente relevante para conjuntos de habilidades tecnológicas difíceis de encontrar”, finaliza Giometti.

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