Abordagem data driven amplia a capacidade analítica dos operadores jurídicos

Vanessa Louzada, CEO da Deep Legal

A adoção de tecnologias como Legal Analytics, Big Data, Machine Learning e Inteligência Artificial traz mais assertividade e eficiência ao trabalho dos profissionais de Direito

O Brasil tem um dos maiores mercados jurídicos do mundo, com 1,2 milhão de advogados e aproximadamente 75 milhões de processos judiciais em tramitação, segundo informações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), divulgados em 2021. Com este volume de dados em circulação, cada vez mais os profissionais do Direito estão buscando soluções tecnológicas para otimizar os departamentos e escritórios de advocacia, com uma abordagem data driven que amplie a capacidade analítica dos operadores jurídicos.

De acordo com Vanessa Louzada, CEO da Deep Legal, lawtech especializada em inteligência e gestão preditiva, a adoção de tecnologias como Legal Analytics, Big Data, Machine Learning e Inteligência Artificial propõe trazer mais inteligência e eficiência ao jurídico.

“O uso dessas ferramentas vem em conjunto com a análise de dados e a transformação digital que ocorre em todos os setores da economia e tem muito a acrescentar à advocacia. A proposta é integrar as soluções tecnológicas aos conhecimentos teóricos e práticos dos profissionais, trazendo mais assertividade analítica e celeridade na gestão dos processos”, assinala ela.

Vanessa explica que a advocacia do futuro é data driven e os profissionais que melhor se adaptarem a este cenário vão se destacar no mercado: “Essa transformação digital exige uma mudança de mindset do advogado, a partir da utilização de metodologias ágeis, inovação e equipes multidisciplinares”.

A CEO da Deep Legal destaca as vantagens que os profissionais passam a ter ao adotar a advocacia baseada em dados:

1 – Acompanhar as transformações da sociedade e do Judiciário de forma analítica; 

2 – Analisar cenários da sociedade de forma sistêmica;

3 – Possuir visão holística do Direito;

4 – Ter camadas de conhecimento técnico e capacidade preditiva de consenso com proposituras de caminhos alternativos (em alinhamento com as prioridades do cliente);

5 – Fazer análises diagnósticas e prognósticas; 

6 – Compartilhar descobertas e conhecimento generalizado de dados (maturidade analítica);

7 – Argumentação analítica (Storytelling); 

8 – Fazer parte dos resultados como influenciador das decisões.

Entre os benefícios que devem ser considerados estão a redução dos custos e o aumento da produtividade da equipe jurídica, que gasta menos tempo na realização de tarefas e pode se dedicar à análise dos casos, com informações reais e precisas, para subsidiar a tomada de decisão.

Como exemplo, Vanessa cita os resultados obtidos por clientes da lawtech que adotaram as ferramentas tecnológicas no dia a dia do jurídico, com o uso de Legal Analytics. De acordo com a startup, com uma taxa de acerto de 84% nas previsões judiciais, a tecnologia da Deep Legal reduziu em 66% o estoque de processos de uma fintech de cartões e acelerou a resolução dos processos de um banco, diminuindo em 72% o tempo de tramitação.

Os dados do setor demonstram o crescimento da demanda por tecnologias no meio jurídico. Segundo a Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L), nos últimos cinco anos este mercado cresceu exponencialmente, passando de 20 associados em 2017 para cerca de 600 em 2022, entre startups, empresas e advogados. 

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