Rafael Goulart, Diretor de Tecnologia da Aurum
Estratégia que orienta os projetos combina tecnologia e gestão para aprimorar operações, buscando elevar a eficiência e a qualidade dos serviços jurídicos
Hoje em dia, “deixar para trás” o Direito tradicional tornou-se uma necessidade urgente diante das inovações que estão transformando o setor. O Legal Operations, um conceito em crescente ascensão, é uma das respostas à evolução do mercado jurídico, impulsionada pela tecnologia que impacta a sociedade como um todo.
Segundo Rafael Goulart, Diretor de Tecnologia da Aurum, desenvolvedora de soluções para advogados autônomos, escritórios de todos os tamanhos e departamentos jurídicos, esse modelo busca consolidar todos os fluxos de atividades essenciais para o funcionamento de um escritório ou departamento jurídico, permitindo que o profissional se concentre exclusivamente nas questões legais. “Sob a coordenação de um Chief Legal Operations Officer (CLOO), a abordagem visa otimizar a eficiência e a qualidade dos serviços jurídicos, posicionando o departamento como um parceiro estratégico na organização”, complementa.
Hoje, a legaltech se destaca, segundo ele, como uma das pioneiras no mercado brasileiro ao liderar a implementação de Legal Ops. A startup abriga duas soluções no portfólio: enquanto o Astrea é voltada para advogados autônomos e pequenos e médios escritórios, buscando promover uma gestão ágil e comunicação eficiente, o Themis está implementado em grandes bancas e departamentos jurídicos, oferecendo uma automação que visa transformar as operações jurídicas. “Essas ferramentas não apenas otimizam processos, mas também ajudam os profissionais a se adaptarem às novas exigências do setor, redefinindo o futuro da prática do Direito no Brasil”, explica o executivo.
Para Goulart, a implantação destas soluções é um diferencial competitivo para escritórios que buscam se destacar no mercado. Com as estratégias adequadas, a automação de tarefas repetitivas e a análise de dados se tornam grandes aliadas na busca por resultados assertivos e de maneira prática.
“O Legal Ops representa um investimento no futuro, visto que está sendo construído um cenário em que a área jurídica é mais ágil e eficiente. A Inteligência Artificial está transformando nosso ambiente e os profissionais que abraçarem essas mudanças estarão na vanguarda da inovação”, ressalta.
Integração de operações com ferramentas
De acordo com Danielle Serafino, sócia do Opice Blum Advogados, especializado em Direito Digital, a introdução de Legal Ops dentro de um escritório vai além da simples adoção de tecnologia: trata-se, de acordo com ela, de integrar operações estratégicas com ferramentas inovadoras para otimizar processos e serviços.
“A construção da jornada deve ser baseada em inovação. Ferramentas simples, como planilhas de Excel, podem extrair dados, mas não oferecem uma visão estratégica do que realmente está acontecendo na operação”, afirma a executiva. Em seu escritório, todos os processos são unificados na esteira do Legal Ops, resultando em uma gestão mais eficaz e alinhada às necessidades do mercado.
Para a advogada, outro aspecto crucial é a escolha de parceiros tecnológicos com uma trajetória sólida. “Buscar instituições com um histórico confiável e um portfólio diversificado é fundamental. Além disso, a personalização e adaptação das ferramentas às necessidades específicas de cada escritório são igualmente importantes”, conclui.