Cristina Palmaka: presidente da SAP América Latina e Caribe
Os resultados mostram também que seis em cada dez executivos latino-americanos consideram a sustentabilidade lucrativa
Pesquisa realizada pela SAP com mais de 450 companhias de médio e grande portes no Brasil, Argentina, México e Colômbia revela que a sustentabilidade é tema prioritário para as empresas da região. Entre os presidentes e diretores entrevistados, 45% expressaram ter uma estratégia de sustentabilidade em suas organizações e 22% afirmaram estar em fase de implementação. No recorte de Brasil, os executivos se mostram um pouco mais conservadores, com índices de 42% e 19%, respectivamente. Essa é uma das conclusões do estudo “Sustentabilidade na Agenda dos Líderes Latino-Americanos”, realizado, a pedido da SAP, pela CIO Research, empresa líder em pesquisas de mercado da região, e pela Seekment, referência na área de avaliação e análise de informações entre diretores e gerentes nas Américas e Europa.
A amostra contempla empresas de serviços (53%), incluindo os segmentos financeiro, de varejo, telecomunicações, saúde, entretenimento e viagens; e empresas fornecedoras de bens (47%) – indústrias de petróleo e gás, mineração, agricultura, farmacêutica, construção e produtos de consumo. Este é um dos primeiros estudos do gênero realizados na região e fornece dados muito animadores sobre os avanços da sustentabilidade na América Latina.
Os resultados mostram também que seis em cada dez executivos latino-americanos consideram a sustentabilidade lucrativa. No Brasil, a parcela de executivos que concordam que a sustentabilidade traz vantagem competitiva é de 41%, enquanto a média regional fica um pouco acima, com 46%. Por outro lado, chama atenção que 27% dos consultados no Brasil já levam em consideração os esforços sustentáveis de um fornecedor na hora de fechar um contrato, ao passo que a média da região é de 19%. Esse indicador mostra maior grau de maturidade das empresas brasileiras e mostra que a cadeia de valor é uma força que vem ganhando espaço na agenda de sustentabilidade.
“As práticas sustentáveis não ajudam apenas o meio ambiente e nossas comunidades, mas são também a chave para obter vantagens competitivas, melhorando a reputação da marca e aumentando a satisfação dos funcionários”, afirma Cristina Palmaka, presidente da SAP América Latina e Caribe. “A sustentabilidade está deixando de ser opcional para ser obrigatória e a SAP tem um portfólio de alternativas para ajudar nossos clientes a executar e medir suas estratégias sustentáveis”, acrescentou.
O estudo também aponta o quanto a pauta de sustentabilidade é abrangente e contempla diferentes partes da gestão do negócio e do capital humano. Entre as descobertas, 60% dos entrevistados afirmaram que a sua empresa tem uma afinidade importante com a abordagem da igualdade de gênero (principal preocupação das empresas da região), economia circular (segunda em relevância para fornecedores de bens de consumo), formação da mão-de-obra para o futuro (segundo lugar entre empresas de serviços), empreendedorismo social ou mudanças climáticas.
Os executivos também acreditam que os funcionários são um motor que impulsionará fortemente estratégias sustentáveis, com 30% deles considerando isso uma questão “bastante importante” e 39% “muito importante”, com picos mais altos no Brasil (41%) e no México (38%). Um ponto de atenção para as empresas brasileiras, que em muitos casos contam com até cinco gerações compondo a sua força de trabalho, é que precisam estar atentas ao fato de que até 2025 terão 75% da força de trabalho composta pelos chamados “millennials” ou Geração Y (1981-1996). Para esse grupo, as práticas sustentáveis são de vital importância, tanto que estudos anteriores apontam que 64% deles só aceitariam um emprego se a empresa contasse com ações sustentáveis.
Sob esse e outros aspectos, fica evidente a consolidação do papel da tecnologia como pilar de sustentação da gestão da sustentabilidade: 40% dos executivos consultados a utilizam para direcionar sua estratégia e obter indicadores eficazes. E o esforço continuará a se multiplicar em 2021: 28% planejam aumentar os recursos nessa área enquanto outros 25% estimam manter o mesmo investimento feito em 2020. Este é um fato a destacar, principalmente em um período de tantos desafios.
O estudo aponta ainda que alcançar a transformação em direção à sustentabilidade não é um caminho direto ou de mão única, e os líderes de negócios terão a responsabilidade de gerenciar várias prioridades em um mundo em rápida transformação. As organizações que conseguirem integrar a sustentabilidade ao seu DNA terão uma base muito sólida e uma vantagem competitiva para se destacar.