Estudo global conduzido pelo BCG revela que empresas precisam rever e otimizar as estratégias de IA. A chave não é apenas ensinar ou aprender com as máquinas, e sim ter uma relação mútua de aprendizado e ensinamento, de forma sistemática e contínua.
Estudo do Boston Consulting Group (BCG), em parceria com o MIT Sloan, revela que, apesar do aumento do investimento e da atividade, apenas 10% das empresas no mundo relatam obter retorno financeiro significativo com o uso de Inteligência Artificial. Na Améria Latina, o índice é de 8%. O estudo intitulado Expanding AI’s Impact With Organizational Learning é baseado em uma pesquisa com mais de três mil gerentes de 29 setores em 112 países diferentes, e várias entrevistas com os principais especialistas do segmento.
Os dados globais revelam que 57% afirmam que suas empresas estão testando ou implantando Inteligência Artificial, enquanto 59% afirmam ter uma estratégia. Em comparação com índices de três anos atrás, esses números refletem aumentos estatisticamente significativos em adoção, desenvolvimento de estratégia e compreensão da tecnologia.
O estudo também revela que as pressões competitivas impulsionam as estratégias de Inteligência Artificial. Na América Latina, por exemplo, 90% dos entrevistados afirmam que o uso da tecnologia permitirá obter ou manter uma vantagem competitiva, e 83% acreditam que a adoção de ferramentas permitirá a criação de novos negócios. A média global para essas afirmações é de 87% e 78%, respectivamente.
O BCG também revela que ter o básico – como dados, tecnologia e talento certos organizados em torno de uma estratégia corporativa – está longe de ser o suficiente, uma vez que apenas 20% das empresas obtêm benefícios financeiros significativos com esses atributos.
As organizações precisam somar a capacidade de aprender com os recursos de Inteligência Artificial para proporcionar resultados significativos. Com o aprendizado organizacional, as probabilidades de uma companhia reportar retornos financeiros significativos podem aumentar para 73%.
Aprendizado mútuo entre homens e máquinas
A pesquisa também destaca o papel frequentemente subestimado do aprendizado mútuo entre humanos e máquinas na geração de valor da Inteligência Artificial e revela que as empresas que utilizam vários tipos de interação e feedback dessa relação têm seis vezes mais chances de amplificar seu sucesso.
Aplicações isoladas de IA podem ser poderosas, mas as organizações que lideram não mudaram os processos para usar a tecnologia. Em vez disso, elas aprenderam com a IA como alterar processos. Para o BCG, a chave não é apenas ensinar ou aprender com as máquinas, e sim ter uma relação mútua de aprendizado e ensinamento, de forma sistemática e contínua.
Para maximizar o valor, o estudo apresenta algumas medidas de investimento que devem ser tomadas em conjunto pelas organizações. A construção de capacidades básicas – como infraestrutura, talento e estratégia de IA – pode aumentar em 19% a probabilidade de obter benefícios significativos.
Já o escalamento da IA em diferentes dimensões de uso e ir além da automação aumenta a probabilidade em outros 18%. Por fim, alcançar o aprendizado organizacional com IA (com base em vários modos de interação entre humanos e máquinas) e criar loops de feedback entre humanos e IA aumenta essa probabilidade em outros 34%.
O estudo na íntegra pode ser acessado por meio do link: https://www.bcg.com/publications/2020/is-your-company-embracing-full-potential-of-artificial-intelligence