É importante que a gestão de uma empresa tenha suporte especializado para auditar e levantar informações que demonstrem as iniciativas de conformidade e reforcem o compromisso com as boas práticas
Iniciativa que continua aquecida mesmo na pandemia, as ações de aporte e investimento em startups brasileiras somaram mais de US$ 2,49 bilhões em 2020. O levantamento é feito pela organização Distrito e aponta ainda um aumento de 3% em relação a 2019. Contar com o apoio de investidores pode ser a solução mais rápida e confiável para negócios que precisam crescer e se estruturar.
Mas atrair a atenção e, principalmente, a confiança do mercado investidor requer cuidados da porta para dentro. Para o advogado empresarial Marcus Vinicios de Carvalho Ribeiro, do escritório Flávio Pinheiro Neto Advogados, é fundamental investir em ações de compliance. “Não basta ter um produto ou serviço inovador, é importante atentar para as boas práticas corporativas, o que transmite confiança ao mercado”, comenta.
De acordo com o advogado, iniciativas de compliance comprovam a transparência e integridade das empresas. “Uma das questões em alta neste sentido é o ESG (Environmental, Social and Governance), ou seja: ações que visam responsabilidade social, ambiental e de governança corporativa. Para aplicar esse tipo de projeto é importante contar com equipe multidisciplinar que apoie no cumprimento de questões legais e estruture planos de ação para melhoria de práticas internas”, avalia.
Carvalho Ribeiro reforça ainda que as práticas de compliance não se limitam ao dia a dia da empresa, com a aplicação de uma gestão transparente e em constante melhoria. “É preciso seguir com essas boas práticas durante a negociação com investidores até a concretização de um possível aporte financeiro, seja ele a partir de investidor anjo, de fundos de mercado ou mesmo capital estrangeiro”, conta.
Termos de confidencialidade
Entre as ações mais comuns neste processo, segundo o jurista, estão a assinatura de termos de confidencialidade, conhecidos como NDA. “Esta iniciativa visa resguardar ambas as práticas e podem, inclusive, gerar penalidade se não cumprida. Outro fator realizado neste processo é uma análise de risco, que mapeia diversos aspectos e reforça a atratividade da empresa investida. Neste processo é importante que a gestão tenha suporte especializado para auditar e levantar informações que demonstrem as iniciativas de compliance e reforcem o compromisso da empresa com as boas práticas”, finaliza.
Aos poucos, o cenário brasileiro fica mais propenso aos investimentos e a confiabilidade transmitida pelas ações de compliance ganha destaque. Segundo a KPMG, o nível de maturidade em compliance nas empresas do país vem subindo gradativamente: entre 2018 e 2019, foi de 2,6 para 2,75, em uma escala que varia de 0 a 5.