Solução é elaborada para validar e “higienizar” cadastros, consolidando os dados obtidos pelas organizações em um sistema confiável e em conformidade com o ambiente fiscal do país
Marcelo Simões (*)
Olhando para os últimos anos e reconhecendo a importância do tema na atualidade, não há dúvidas de que o compliance é um fim que justifica medidas das mais diversas vertentes, exigindo uma postura de atenção por parte de lideranças empresariais. Seguindo essa mesma linha de pensamento, também é fato que o fenômeno se confunde com o avanço de novas tecnologias, e hoje debater políticas de conformidade é sinônimo de colocar a inovação em pauta. Não por acaso, de acordo com um estudo desenvolvido pela KPMG, 65% das empresas orientam suas decisões de cibersegurança com base em princípios de compliance.
Na área tributária, o cenário se intensifica. Frente a um volume exacerbado de informações, movimentadas em um ambiente costumeiramente caótico, a ocorrência de erros e inconstâncias com a legislação fiscal pode ser um desafio, o qual, se não contornado, abre brechas para consequências severas.
Portanto, é mais do que bem-vindo se pensar na execução de um bom programa de compliance no setor tributário. A tecnologia, como citado anteriormente, é parte disso e, na busca por materializar ideias e trazer mudanças reais ao segmento, algumas ferramentas e conceitos se destacam. É o caso da Vacina Fiscal.
Validação das informações
Ter a certeza de que todas as informações armazenadas e manuseadas internamente estão seguras, especialmente no que diz respeito à relação fiscal desses materiais, é um motor que dita e fundamenta o conceito de Vacina Fiscal. Enquanto uma abordagem totalmente inovadora de validação cadastral, trata-se de uma solução elaborada para “higienizar” cadastros e consolidar os dados obtidos pela empresa em um sistema confiável e condizente com o ambiente legal do país.
Com o trunfo da automatização – o que nos recorda a influência exercida pela tecnologia no compliance atual –, os cadastros são revisados de modo a contemplar todas as regras atuais, trazendo não só segurança à rotina fiscal da organização, como agilizando processos e priorizando a experiência do usuário responsável pelo cadastramento.
Na prática, a adesão à Vacina Fiscal significa um passo crítico do gestor a um patamar de estabilidade e respeito às exigências legais, evitando multas, penalidades e outras sanções previstas em lei. Outro ponto de destaque fica para a prevenção a fraudes, visto que o modelo de validação adotado pela empresa será respaldado digitalmente. É mais transparência e inovação no DNA tributário do negócio.
Por fim, entendo ser imperativo, cada vez mais, unir compliance e tecnologia como elementos complementares, que, se aplicados com a excelência desejada, podem, sim, pavimentar um departamento tributário amplamente funcional.
A Vacina Fiscal é um exemplo do potencial por trás da inovação e sua compatibilidade com o universo fiscal. Em tempos em que a conformidade deixou de ser um tópico secundário ou até mesmo postergável, definitivamente a hora é de reunir esforços por um espaço tributário seguro, mais digital e que não aceite ruídos ou falhas nocivas à integridade das empresas.
(*) Diretor de Operações e Cofundador da Comtax, empresa especializada na área fiscal. É graduado em Economia pela Universidade Estadual de Londrina, com MBA em Gestão Empresarial pela FGV.