A atuação digital dos advogados não é uma moda. É uma adaptação ao cenário da Nova Economia, em que a informação circula com velocidade, a tomada de decisão exige segurança e a presença estratégica se tornou indispensável.
Bruna Puga (*)
Com a crescente presença digital, advogados de diferentes áreas têm apostado em conteúdo informativo nas redes sociais para descomplicar temas jurídicos e aproximar a advocacia da sociedade. O movimento é nítido: plataformas como Instagram, YouTube, TikTok e LinkedIn deixaram de ser apenas vitrines e passaram a funcionar como canais estratégicos de comunicação, posicionamento e educação.
De acordo com o Relatório Digital 2024, publicado em parceria entre We Are Social e Meltwater, o Brasil é o segundo país em que os usuários passam mais tempo on-line, com média de 9h13. Segundo levantamento do DataReportal, há 183 milhões de pessoas usando Internet no Brasil em 2025, além de 144 milhões de usuários ativos em redes sociais, representando 67,8% da população total.
Esse grande alcance possibilita aos advogados criarem temas dinâmicos, como reels ou postagens educativas, com o conteúdo, nesse contexto, funcionando como ponte. Quando o advogado explica com clareza temas da sua área — seja um conceito trabalhista, uma tese tributária ou um ponto específico da LGPD — ele não apenas informa. Ele orienta, antecipa dúvidas e contribui para decisões mais seguras. Essa aproximação beneficia não só quem consome o conteúdo, mas o mercado como um todo. A informação circula, a cultura jurídica se fortalece e o valor do nosso trabalho é reconhecido antes mesmo do primeiro atendimento.
Mensagem com alcance ampliado
Produzir conteúdo jurídico de forma responsável exige método, clareza e estratégia. Não se trata de simplificar o que é complexo, mas de contextualizar, conectar e mostrar aplicações reais. E esse esforço tem gerado resultados concretos: amplia o alcance da mensagem, fortalece a autoridade técnica e atrai públicos mais alinhados, que chegam com maior compreensão sobre a importância da atuação jurídica preventiva.
A produção de conteúdo não substitui o trabalho jurídico, mas o complementa. É uma extensão do que já se faz no dia a dia dos escritórios, com a diferença de que, nas redes, o alcance é maior, a comunicação é mais direta e a presença é constante. Quando o conhecimento chega a quem toma decisões, ele se transforma em ferramenta de melhoria: dos contratos, das relações comerciais e do próprio ambiente de negócios.
Esse movimento mostra que a atuação digital dos advogados não é uma moda. É uma adaptação ao cenário da Nova Economia, em que a informação circula com velocidade, a tomada de decisão exige segurança e a presença estratégica se tornou indispensável. Estamos vivendo a melhor época para compartilhar conhecimento com mais pessoas, ajudar de forma concreta e sermos vistos por públicos do Brasil inteiro, e também do mundo.
(*) Advogada e empresária, especialista em Direito Empresarial. Fundadora da EdTech Jurídica CNE – Contratos da Nova Economia.