Com os Agentes de IA criados exclusivamente para o TJPR, tendo como finalidade gerar pareceres, relatórios e decisões sobre processos, a redução de tempo de trabalho foi de entre 67% e 80%
O Judiciário brasileiro tem acompanhado de maneira efetiva a transformação proporcionada pela Inteligência Artificial (IA), proporcionando benefícios aos cidadãos com a redução do tempo de espera por decisões.
Um exemplo disso vem acontecendo no Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), que, em parceria com a Lanlink e a Microsoft, adotou a ferramenta Copilot. Em apenas 50 dias, o uso da IA propiciou um aumento expressivo na produtividade. Com os Agentes de IA criados exclusivamente para o Tribunal, tendo como finalidade gerar pareceres, relatórios e decisões sobre processos, a redução de tempo de trabalho foi de entre 67% e 80%.
Neste intervalo de 50 dias, 14.702 ações foram executadas no Copilot. A maior parte delas consistiu em interações com o chat de negócios (com 11.130 ações para gerar conteúdo, perfazendo 76% do uso), seguida pelo assistente de reuniões do Teams e pelo auxílio no aplicativo Word.
“Para adotar a Inteligência Artificial, é preciso inicialmente que a empresa ou órgão a serem beneficiados tenham conhecimento sobre seu nivelamento interno. Após isso, se faz necessário dispor de bons profissionais de TI e contar com o apoio de parceiros na implementação. Isso aconteceu de maneira muito eficaz com o TJPR”, explica Jailson Batista, Diretor de Digital Workforce da Lanlink.
“A implementação da Inteligência Artificial vem trazendo benefícios ao órgão, com aumento expressivo de produtividade. O resultado foi possível graças não apenas ao trabalho em conjunto conosco e a Microsoft, mas, acima de tudo, ao empenho dos servidores para incorporar a IA na sua rotina”, complementa.
A Lanlink e o Tribunal de Justiça do Paraná já tinham sido parceiros no desenvolvimento de uma solução de ITSM. Posteriormente, a empresa de TI foi convidada a participar de uma concorrência para a implementação de uma solução de Inteligência Artificial no órgão, tendo sido vencedora do certame.
Diagnóstico interno
Em seguida, iniciou-se um processo de diagnóstico no Tribunal, a fim de avaliar o conhecimento interno acerca do Office 365. Inicialmente, percebeu-se a necessidade de um treinamento para ampliar o conhecimento sobre a ferramenta, bem como introduzir a utilização do Copilot Web e conscientizar os usuários a respeito da segurança no uso da Inteligência Artificial. Em paralelo a isso, a Lanlink diagnosticou os processos nos quais haveria maior possibilidade de benefícios ao Tribunal, chegando-se ao relatório de agravos e à decisão de agravos.
No primeiro caso, foram criados assistentes de IA que ajudam nas duas fases de análise dos processos, auxiliando em tarefas como pesquisa de jurisprudência, verificação de provas e acórdãos. A análise inicial teve redução de tempo de 80%, enquanto a pesquisa de jurisprudência e similares gerou uma economia de 67% no tempo.
Por sua vez, para a decisão de agravos houve o desenvolvimento de dois assistentes de Inteligência Artificial, que são utilizados para analisar acórdãos, verificar processos similares, filtrar a jurisprudência por estado, bem como gerar uma sugestão de decisão para o funcionário. A partir disso, o servidor coloca sua experiência em prática para definir se prossegue ou não com o embasamento sugerido. Esse processo teve uma redução média de 65 para 21 minutos.
“A adoção massiva por parte dos servidores demonstra não apenas a eficácia do processo, mas o quanto o empenho do corpo de funcionários é importante para que a IA maximize a sua importância. Nesse sentido, foi fundamental o treinamento para se introduzir uma cultura organizacional que utiliza de fato a Inteligência Artificial Generativa na rotina. Isso facilitou a obtenção de resultados relevantes em tão pouco tempo”, complementa Jailson Batista.