Seis passos para garantir a continuidade dos negócios com a ISO 22301

Norma busca garantir que as empresas possam continuar suas operações essenciais em caso de crises, reduzindo os impactos negativos sobre os clientes, os funcionários, os fornecedores e a sociedade

Hermínio Gonçalves (*)

Você sabe como a ISO 22301 pode ajudar o seu negócio a continuar funcionando em situações adversas e inesperadas?

A ISO 22301 é uma norma internacional que orienta as empresas na implementação e manutenção de um sistema de gestão da continuidade dos negócios. Ela ajuda as organizações a identificar ameaças, avaliar vulnerabilidades e desenvolver planos de resposta e recuperação.

Os principais tópicos abordados nela são:

o Continuidade de negócios – Auxilia as empresas a planejar e agir em situações difíceis;

o Identificação de riscos – Ajuda a encontrar possíveis problemas que possam afetar a empresa;

o Planos de resposta – Ensina como lidar com emergências e continuar funcionando;

o Testes e melhorias – Mostra como testar os planos e torná-los melhores ao longo do tempo.

A importância da ISO 22301 está em garantir que as empresas possam continuar suas operações essenciais em caso de crises, reduzindo os impactos negativos sobre os clientes, os funcionários, os fornecedores e a sociedade.

Principais desafios

A implementação da ISO 22301 pode trazer alguns desafios para as empresas. Veja quais são e como superá-los:

Cultura organizacional

É preciso mudar a cultura da empresa para que todos se envolvam na gestão de continuidade de negócios. Isso pode ser difícil se a empresa não tiver uma cultura de gestão de riscos. Para mudar a cultura, é importante comunicar os benefícios da norma, envolver os líderes e os funcionários e reconhecer os esforços e os resultados;

Alocação adequada de recursos

É preciso investir tempo, dinheiro e alocar pessoas para implementar e manter o sistema de gestão da continuidade de negócios. Isso pode ser desafiador se a empresa for pequena ou tiver restrições financeiras. Para alocar recursos, é importante priorizar os processos críticos, buscar apoio da alta administração e buscar parcerias externas se necessário;

Complexidade dos processos e documentação

É preciso entender e documentar os processos da empresa, os impactos de interrupções e os riscos associados. Isso pode ser complexo e demorado para muitas empresas. Para simplificar os processos e a documentação, é importante usar ferramentas e metodologias adequadas, envolver as pessoas que conhecem os processos, revisar e atualizar os documentos periodicamente;

Resistência à mudança

É preciso introduzir novos procedimentos para garantir a continuidade dos negócios. Isso pode gerar resistência dos funcionários, especialmente se a norma mudar a forma de operar da empresa. Para reduzir a resistência à mudança, é importante explicar os motivos e os objetivos da norma, treinar os funcionários, monitorar e avaliar os resultados;

Manutenção da relevância e atualização contínua

É preciso manter os planos de continuidade de negócios relevantes e eficazes ao longo do tempo. Isso é um desafio constante, pois o ambiente e as circunstâncias podem mudar. Para manter a relevância e a atualização, é importante realizar testes e simulações, analisar as lições aprendidas, incorporar as mudanças e melhorias e realizar auditorias e revisões.

Para superar esses desafios, é preciso comprometimento, comunicação eficaz, apoio da alta administração e compreensão de que a ISO 22301 é um processo de melhoria e adaptação.

Seis passos para começar a implementar a ISO 22301

1º passo – Comprometimento da alta administração

O primeiro passo é obter o comprometimento e apoio da alta administração. A liderança é fundamental para o sucesso. Dessa forma, a direção da empresa passa a compreender os benefícios da norma e alocar recursos e suporte necessários;

2º passo – Análise de Impacto nos Negócios

O segundo passo é realizar uma Análise de Impacto nos Negócios (BIA – Business Impact Analysis). Ela identifica processos críticos, suas interdependências e os efeitos de interrupções;

3º passo – Avaliação de riscos

O terceiro passo é conduzir uma avaliação de riscos. Dessa forma, a empresa consegue identificar ameaças e vulnerabilidades que podem afetar a continuidade dos negócios;

4º passo – Desenvolvimento e implementação do plano de continuidade

O quarto passo é elaborar planos de continuidade. Eles incluem procedimentos de resposta a emergências, recuperação de desastres e continuidade operacional. Os planos devem ser claros, abrangentes e alinhados com as necessidades da organização;

5º passo – Testes e exercícios de continuidade

O quinto passo é realizar testes e simulações. Eles servem para validar a eficácia dos planos de continuidade e a preparação da equipe. Os resultados dos testes devem ser usados para identificar áreas de melhoria e ajustar os planos;

6º passo – Revisão e melhoria contínua

O último passo é estabelecer um ciclo de revisão e melhoria. Ele envolve auditorias periódicas para verificar a conformidade com a ISO 22301 e identificar oportunidades de aprimoramento. O sistema deve estar sempre atualizado e eficaz.

Benefícios da ISO 22301

A ISO 22301 oferece vários benefícios para as organizações, tais como:

o Gestão de riscos aprimorada – Proporciona uma compreensão melhor dos riscos, permitindo uma identificação mais precisa das vulnerabilidades e ameaças;

o Resposta eficiente a incidentes – Facilita a preparação e resposta rápida a emergências, garantindo a continuidade e minimizando os impactos;

o Fortalecimento da confiança dos stakeholders – Melhora a confiança dos clientes, parceiros, investidores e outras partes interessadas, mostrando um compromisso com a gestão de riscos e a sustentabilidade;

o Conformidade legal e regulatória – Ajuda na conformidade com requisitos legais e regulatórios, assegurando que a empresa esteja alinhada com normas do setor e evitando penalidades e consequências negativas;

o Melhoria contínua e adaptabilidade – Estimula uma cultura de melhoria contínua, promovendo a adaptação da organização diante de mudanças imprevistas;

o Redução de custos a longo prazo – Evita interrupções significativas nos negócios, reduzindo os custos de recuperação e permitindo uma maior estabilidade financeira;

o Aumento da resiliência empresarial – Reforça a capacidade da organização em lidar com eventos imprevistos, garantindo uma resposta ágil e eficaz para manter a continuidade.

(*) CEO da SoftExpert Brasil

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