O processo de prevenção é um conjunto de ações diárias que minimizam os riscos por meio de boas práticas
Eduardo Tardelli (*)
O levantamento nacional “Relatório de Fraude e Risco – Contrainteligência e Inteligência Cibernética como Proteção no Combate à Fraude 2018”, desenvolvido nos últimos anos com empresas de diversos setores e divulgado pelo Grupo New Space, mostra que, mesmo com todas as contramedidas necessárias e melhorias aplicadas, o segmento financeiro foi o mais atingido em 2017, registrando 73% das fraudes, seguido pelo varejo (21%) e pelo setor aéreo (3%).
Ainda de acordo com pesquisa realizada pela NRF em 2018, o crime organizado foi a maior fonte de perda de faturamento no varejo, atingindo cerca de 36%, seguido por furtos internos, praticados por funcionários ou pessoas com acesso à empresa. A terceira causa são as perdas.
Por estarem mais suscetíveis a práticas fraudulentas, varejistas precisam mudar o dia a dia de suas operações e contatos com terceiros e investir, fortemente, em práticas de compliance para minimizar as consequências para o negócio. É imprescindível ter sempre em mente que, por estarem em negociação constante com diversos fornecedores, que podem estar, sim, envolvidos em atividades fraudulentas, práticas de checagem podem ajudar na prevenção a fraude.
O processo de prevenção é um conjunto de ações diárias que minimizam os riscos POR MEIO de boas práticas. Neste ínterim, ferramentas tecnológicas realmente podem ajudar. No caso do varejo, com operação de vendas físicas, é importante a checagem de funcionários e fornecedores, metodologias conhecidas como KYE e KYS, que podem ser feitos de diversas maneiras e em diversas fontes, dependendo da necessidade da empresa.
Porém, é aconselhado fazer isso usando ferramentas para automatizar a coleta de dados, pois pode ser algo moroso. No caso de e-commerce, além dessas, também é necessário ter maneiras de reunir informações sobre clientes bem definidos e, de preferência, criptografadas para evitar o risco de ataques para roubo desses dados.
Parece (e é) complicado, mas o Big Data e a prática do compliance auxiliam na estruturação de dados de diversas fontes e na coleta de informações relevantes de forma automatizada, o que acaba ajudando a otimizar atividades e economizar tempo.
Ressalto, portanto, que não existe um único processo definido para avaliar fraudes, mas estabelecer uma técnica de checagem de terceiros robusta é um ótimo começo!
(*) CEO da upLexis