Estudo aponta que integração estratégica entre tecnologia e negócios aumentou na pandemia

Marcio Kanamaru, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil

Mais da metade dos CIOs de tecnologia da América do Sul acredita que um maior investimento em TI será um legado permanente da Covid-19. Outro dado do levantamento CIO Survey 2020″ da KPMG e Harvey Nash, a maior pesquisa de liderança de TI do mundo, revela que líderes globais relataram um gasto adicional médio de 5% do orçamento de TI para lidar com a crise 

A maioria (70%) dos CIOs globais de tecnologia concordam que a crise da pandemia resultou permanentemente em maior colaboração entre as áreas de negócios e tecnologia nas organizações, contra 22% que discordam e 8% que mostraram neutralidade. Sobre a pandemia ter aumentado permanentemente a influência exercida pelo líder de tecnologia, a maioria (61%) dos respondentes também concordam, contra 29% que mostraram neutralidade e 10% que discordam.

Além disso, a maioria (55%) dos CIOs de tecnologia da América do Sul acredita que um maior investimento em Tecnologia da Informação (TI) gerenciada pela empresa será um legado permanente da Covid-19. Outro dado é que os líderes globais de TI relataram um gasto adicional médio de 5% do orçamento de TI para lidar com a crise da Covid-19, o que representa cerca de US$ 15 bilhões por semana durante os primeiros três meses da pandemia.

No Brasil, o cenário prevê um aumento de investimentos em 2021, uma vez que a maioria (53%) dos entrevistados espera uma alta orçamentária para a área de TI de suas empresas. Para 34%, o orçamento deve continuar igual, enquanto 13% estimam redução. Essas são algumas das conclusões da pesquisa “CIO Survey 2020”, elaborada por KPMG e Harvey Nash, a maior pesquisa de liderança de TI do mundo, conduzida a partir das respostas de mais de 4.200 CIOs e executivos de tecnologia de organizações de 83 países, a qual traz um recorte do setor de TI considerando os cenários pré-pandemia e pós-pandemia para apresentar uma visão acertada e abrangente acerca dos desdobramentos da covid-19 neste mercado.

“A pesquisa evidencia que as empresas estão enfrentando todas as adversidades da pandemia com resiliência. Além disso, é interessante observar o olhar atento das empresas para as questões de experiência do consumidor e ações direcionadas para o bem-estar das equipes. A importância do engajamento dos colaboradores e os impactos positivos dessas iniciativas para os clientes é um fator positivo que deve permanecer como um dos legados da pandemia para embasar estratégias de negócios, marketing e vendas. Além disso, os cuidados com segurança cibernética e proteção de dados estão alinhados com essa visão e devem se manter como prioritários nos próximos anos com a digitalização crescente do mercado”, afirma Marcio Kanamaru, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil.

Outros dados relevante da pesquisa estão nas expectativas das organizações sobre o papel da área de TI na conquista estratégica de resultados. A pesquisa evidenciou alterações importantes causadas pela pandemia sobre quais são os principais objetivos de negócios que a direção da empresa espera que TI aborde. Entre os elementos que ganharam destaque após o início da pandemia, estão ingressar em novos mercados geográficos, melhorar a segurança e a confiança, ampliar o engajamento do cliente, capacitar a força de trabalho, e melhorar o envolvimento dos funcionários, conforme tabela a seguir.

“Durante a pandemia, muitas empresas funcionaram de maneira tão satisfatória que decidiram manter o trabalho remoto em caráter definitivo para algumas funções. No entanto, há fatores preocupantes decorrentes do uso massivo de recursos tecnológicos, como a questão da segurança cibernética, que deve ser tratada como prioridade máxima. Muitas pessoas nem imaginam a enorme diferença que existe entre gerenciar a rede da empresa e gerenciar um time trabalhando a distância”, afirma Marcos Fugita, sócio-líder do segmento de Tecnologia da KPMG no Brasil.

Prognósticos difíceis

O conteúdo também evidenciou que prever está cada vez mais difícil. Na pesquisa global, 60% dos respondentes afirmaram ser muito difícil traçar prognósticos para longo prazo a partir das incertezas trazidas pela pandemia. No Brasil, quando perguntados sobre quanto tempo acham que levará para que sua empresa ter uma visão precisa do futuro para que possa tomar decisões de planejamento de longo prazo, os respondentes disseram que o tempo é: 4 a 6 meses (43%), já está acontecendo (25%), 7 a 12 meses (18%), 13 a 24 meses (7%) e até 3 meses (7%).

Sobre as expectativas de transformação, na pesquisa de antes da pandemia, 82% dos respondentes acreditavam que a transformação era simplesmente uma parte do business-as-usual. Além disso, quase todos (97%) os líderes de tecnologia estão fazendo mudanças e 34% estão planejando realizar mudanças de peso ou radicais. Além disso, com 43% dos líderes de tecnologia esperando que mais da metade de sua equipe continue trabalhando predominantemente em casa, as organizações estão percebendo como um mundo sem localização é diferente.

“Apesar de todos os avanços, é fato que ainda faltam incentivos para os brasileiros inovarem, correrem menos riscos e testarem novas tecnologias. Neste ponto, temos desafios importantes para enfrentar nos próximos anos”, afirma Daniel Pacheco, sócio de Consultoria em Tecnologia da Informação da KPMG no Brasil.

Sobre a diversidade entre líderes em tecnologia, esta permaneceu inalterada em relação à pesquisa do ano passado, embora existam algumas diferenças regionais interessantes. Na América Latina, 16% dos líderes de tecnologia são mulheres, acima da média global de 11%, e o maior índice na comparação com demais países e regiões: Países Nórdicos (13%), Estados Unidos (13%), Reino Unido (10%), Europa (9%) e Ásia-Pacífico (7%).

O conteúdo está disponível na íntegra no link – https://home.kpmg/xx/en/home/insights/2020/09/harvey-nash-kpmg-cio-survey-2020-everything-changed-or-did-it.html

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