Nelmara Arbex: sócia da ESG da KPMG.
Mostra analisou relatórios de sustentabilidade de 5.200 organizações, sendo 311 de tecnologia, em 52 países
Um levantamento apontou que 83% das empresas de tecnologia no mundo pesquisadas pela KPMG elaboram relatórios de sustentabilidade. Esse número é semelhante ao de outros setores, mas fica atrás do nível de publicação alcançado pelas 250 maiores empresas do mundo (96%). Além disso, metade delas reconhece o risco das mudanças climáticas nesse documento e, embora esse número seja superior à média geral das indústrias (39%), ainda está abaixo da marca atingida pelas grandes companhias globais (56%). A pesquisa analisou relatórios de sustentabilidade de 5.200 organizações, sendo 311 de tecnologia, em 52 países.
“O relatório mostra que foi feito um ligeiro progresso em termos de relatórios e garantia de sustentabilidade no setor de tecnologia, mas ainda há muito a ser feito pelas empresas de tecnologia com relação ao tema. Além disso, traça um perfil sobre como as organizações desse segmento vêm enfrentam o desafio da sustentabilidade”, analisa o sócio de tecnologia da KPMG, Marcos Fugita.
A pesquisa mostrou ainda que apenas 24% das empresas de tecnologia globais elaboram relatórios de acordo com as recomendações da força tarefa sobre divulgações financeiras relacionadas ao clima (seguindo a diretriz internacional TCFD), um grupo de companhias cujo objetivo é padronizar e quantificar os impactos climáticos.
Com isso, o percentual alcançado pelas organizações fica entre a média geral das indústrias (18%), mas é inferior à das 250 maiores empresas do mundo (37%). Além disso, apenas 44% delas vinculam os objetivos de redução de carbono às metas climáticas globais e reconhecem a perda de biodiversidade como um risco nos relatórios.
“No âmbito dos relatórios de sustentabilidade, o setor de tecnologia ainda precisa evoluir no que diz respeito à apresentação de compromissos públicos em relação aos grandes desafios da sociedade, como a desigualdade e as emissões. Há ainda a expectativa de que esse segmento contribua com a agenda mostrando às outras indústrias como utilizar ferramentas tecnológicas e digitais para serem transparentes quando divulgam informações sobre impactos e performance nas áreas sociais e ambientais”, assinala a sócia da ESG da KPMG, Nelmara Arbex.