Pesquisa da FGV Direito SP aponta 27 novas funções para os advogados do futuro

Olívia Pasqualeto, professora da FGV Direito SP 

Estudo “Futuro das Profissões Jurídicas” constata que o avanço tecnológico dos últimos anos trouxe novas demandas, serviços e atividades para a área de Direito, com ocupações emergentes despontando entre escritórios/organizações jurídicas

O Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação (CEPI) da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV Direito SP) está desenvolvendo um estudo, inédito no país, sobre a formação da advocacia do presente e do futuro. São parceiros deste projeto escritórios de grande e médio porte no Brasil. A pesquisa trabalha em três vertentes: as habilidades e competências exigidas dos profissionais da advocacia; novas áreas e oportunidades para a prática jurídica; e o papel e os desafios da formação jurídica.

Entre os primeiros resultados, o estudo constatou que o avanço tecnológico dos últimos anos trouxe novas demandas, serviços e atividades para o setor jurídico. Diante desse cenário, os escritórios/organizações jurídicas passaram a ter áreas emergentes. Foram mapeadas 11 categorias: Gestão; Negócios; Inteligência de Dados e Analytics; Regulatório e Relações Institucionais; Compliance; Inovação; Proteção de Dados; Consultivo; Negociação; Contencioso Estratégico e Outsourcing Jurídico.

Em Gestão há seis funções/habilidades requisitadas pelas organizações jurídicas brasileiras:

 

 

Na categoria Negócios são quatro funções:

 

 

Em Inteligência de Dados e Analytics são três áreas de atuação: 

 

 

Em Regulatório e Relações Institucionais também são procuradas três funções:

 

 

Em Inovação buscam-se estes profissionais:

 

 

Em Proteção de Dados: 

 

 

Em Consultivo destaque para área de marketing e tecnologia:

 

 

Em Compliance: 

 

 

Em Negociação:

 

 

Em Contencioso Estratégico:

 

 

Em Outsourcing Jurídico:

De acordo com uma das autoras do estudo, a professora da FGV Direito SP, Olívia Pasqualeto, nem todas as áreas mapeadas emergentes são efetivamente novas, mas ganham novas roupagens e demandas por novas competências e habilidades.

“Os resultados apontam para mudanças de cultura organizacional e surgimento de novas funções nos escritórios, como, por exemplo, ‘head de inovação’, ‘engenheiro(a) jurídico(a)’ e ‘arquiteto(a) jurídico(a)’. Além disso, áreas não relacionadas à atividade fim da advocacia ou indiretamente relacionadas, como o marketing jurídico e o legal ops, passam a ganhar relevância dentro das organizações jurídicas. Novas áreas também despontam a partir do surgimento de novas especialidades ou alterações legislativas, como o cargo de Data Protection Officer”, explica Pasqualeto.

A pesquisadora também ressalta as habilidades cada vez mais buscadas pelos escritórios de advocacia no país: “Além do conhecimento técnico jurídico, básico para qualquer advogado(a), também passaram a ser muito valorizadas atualmente as chamadas soft skills, tais como a habilidade de trabalhar em grupo de forma colaborativa e a capacidade de adaptação a mudanças”.

Metodologia

Essa parte do estudo foi realizada a partir de pesquisas orientadas na rede profissional LinkedIn; no portal da Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L); em portais especializados em conteúdos jurídicos (e.g. JusBrasil, Jota, Migalhas, Conjur, Revista Análise, blogs etc.); em sites de escolas e consultorias de negócio (e.g. Aurum, FutureLaw, Thomson Reuters, McKinsey etc.); na base do Google Scholar; em portais de instituições nacionais e internacionais (e.g. OAB, ABA, OCDE, WEF etc.); e em buscas gerais no Google.

Os resultados foram filtrados segundo critérios de pertinência temática e marco temporal de 10 anos, excluindo-se aqueles resultados que apontavam para áreas do conhecimento jurídico (e.g. “direito digital”) e concentrando-se em áreas de prática (novas profissões, cargos e funções) consideradas emergentes.

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