Terceirização é opção para que o gestor consiga entregar o nível de transformação digital que o atual cenário demanda
Romulo Cesar de Paula (*)
A pandemia causada pelo Covid-19 vem causando grandes impactos em todos os setores da economia e levando inúmeras empresas a fazerem cortes de custos e reduções em seus quadros. Neste cenário, que ainda é marcado por muitas incertezas, é pouco provável que o departamento de Tecnologia da Informação não venha a sofrer com reduções de orçamento e postergação de investimentos.
Por outro lado, em um momento em que a grande maioria das empresas funciona com 100% de suas equipes em home office, houve uma grande aceleração da transformação digital e nunca o papel da TI foi tão relevante. Para viabilizar o trabalho remoto e a manutenção da produtividade, novas integrações e sistemas estão sendo necessários. É provável que a demanda dos profissionais da área se mantenha em alta, mesmo após o fim da pandemia.
Em um cenário no qual os cortes de custos serão inevitáveis, mas não se pode perder a qualidade dos serviços prestados pela TI. Assim, o chamado outsourcing – ou terceirização dos processos de tecnologia – aparece como uma alternativa que deve chamar a atenção dos gestores.
Este modelo já é interessante em condições mercadológicas normais, mas seus benefícios ficam ainda mais claros em um momento de crise. Ao contratar os serviços e terceirizar o processo de desenvolvimento ou mesmo a gestão do ambiente de tecnologia como um todo, a empresa não precisa manter uma estrutura interna. Esses profissionais não apenas representam altos custos e encargos trabalhistas para qualquer negócio, mas também deixam o gestor de mão atadas no caso de uma necessidade de redimensionamento da equipe.
No caso de uma queda de faturamento que represente uma redução do budget de TI, promover demissões de funcionários é sempre uma ação que causa impactos negativos no departamento. Ao contratar um fornecedor externo, a facilidade de reduzir o time ou mesmo ampliá-lo rapidamente é muito maior.
Diante das atuais regras de distanciamento social, os principais fornecedores de outsourcing de TI também se adaptaram e hoje já são capazes de garantir o processo de contratação e integração dos profissionais de forma remota. Caso as restrições sejam reduzidas e o cliente ainda não tenha segurança em trazer novos profissionais para seu escritório, ele pode optar por mantê-lo em casa, ou mesmo no escritório do fornecedor.
No que diz respeito à qualidade do serviço, é possível afirmar que o nível de maturidade dos principais fornecedores cresceu muito, inclusive graças a certificações, como o MPS.Br e adoção de metodologias de desenvolvimento ágil e de gestão de projetos. As necessidades são pautadas e o cliente acompanha o plano, com reuniões e relatórios que são emitidos periodicamente. Hoje a performance de uma área de TI administrada por terceiros é, na maioria dos casos, igual ou maior do que aquelas que contam apenas com funcionários.
Por mais que o momento seja difícil, manter a evolução do ambiente de TI é fundamental para qualquer negócio que queira crescer no pós-pandemia. O outsourcing pode ser a opção mais viável para que o gestor da área de tecnologia consiga entregar o nível de transformação digital que a nova realidade exigirá, mas de uma forma flexível e sustentável financeiramente.
(*) Sócio e diretor comercial da ART IT, especializada em soluções e serviços de TI%