A digitalização dos cartórios é essencial para acompanhar o dinamismo atual das novas relações comerciais e as demandas cada vez maiores por eficiência em qualquer tipo de processo administrativo e jurídico
Rafael Galante (*)
A Era Digital revoluciona, cada dia mais, a maneira de nos comunicarmos e facilita imensamente o gerenciamento e transferência de dados dentro do ambiente corporativo. Mas e o funcionamento de órgãos que estão totalmente atrelados a procedimentos e trâmites burocráticos, mas que não pertencem a esse contexto atual que estamos nos habituando a ver no mundo moderno, como é o caso dos cartórios? Estariam estes com os dias contados? A perspectiva é que sejam substituídos ou reinventados?
Os cartórios desempenham um papel crucial na organização da sociedade, uma vez que são órgãos responsáveis por garantir segurança jurídica e transparência para diversas transações e documentos.
Com o advento de novas tecnologias, não só cartórios, mas também juntas comerciais, fóruns, prefeituras entre outros órgãos, vêm se adaptando para oferecer serviços mais ágeis e acessíveis, tudo para manter o compromisso com a integridade dos dados que estão em seu poder.
Tal modernização não é apenas um luxo para se adaptar às novas tendências da Era Digital, mas é essencial para acompanhar o dinamismo das novas relações comerciais e as demandas cada vez maiores por eficiência em qualquer tipo de processo administrativo e jurídico.
No trabalho cotidiano de empresas, cartórios funcionam como elo entre o passado e o presente, garantindo a validade de dados que são de suma importância para a tomada de decisões administrativas. Além disso, são eles que ratificam a confiabilidade das informações, por serem instituições com a chancela do Poder Público, reduzindo riscos e reforçando a ideia de um ambiente mais seguro para as transações, o que também promoverá maior confiança entre as partes. E isso jamais poderá mudar.
Importante salientar que, ao contrário do que muitos podem pensar, o papel dos cartórios não se limita ao registro pura e simplesmente. Eles também são capazes de reter uma quantidade inimaginável de informações que podem ser de grande validade para organizações dos mais variados setores. Por isso, a interação com os cartórios acaba sendo sempre necessária e um fluxo de trabalho rápido e eficiente junto destes otimiza ainda mais o tempo.
Diversidade de dados
Dessa forma, considerá-los apenas como meros órgãos capazes de assegurar o cumprimento de normas é muito pouco para a diversidade de dados que eles carregam e a infinidade de serviços que podem ser prestados a partir deles.
Dados esses que, cada vez mais, colocam os cartórios como verdadeiros pilares na construção de relações mais transparentes e seguras. Retomando a pergunta inicial, o papel dos cartórios, mesmo em meio à burocracia e diante de uma revolução tecnológica, jamais poderá ser substituído.
A ideia é fomentar a modernização sem abrir mão daquilo que nada mais é do que a essência, a matéria bruta. Qualquer serviço primário, mais burocratizado e antiquado, por mais que seja extremamente essencial, precisa estar apto e receptivo a novidades que venham para atuar em parceria e romper barreiras que impulsionam o crescimento da sociedade.
E é por isso que estamos aqui. Como em quase tudo na vida, tradição e inovação se completam e coexistem, tudo para atender às necessidades momentâneas e abrir caminho para o que vem por aí.
Novas tecnologias vão manter a sinergia entre os cartórios e as empresas solicitantes em uma estratégia de benefícios mútuos. Ganha o cartório, que dispõe de novas tecnologias para agilizar seus processos, e ganha a empresa, à medida que não deixam de contar com informações de uma base sólida – o que é essencial para o sucesso de qualquer empreendimento ou serviço -, mas agora por meio de processos agilizados e otimizados, o que se reflete até mesmo no faturamento das companhias.
(*) Co-fundador e co-CEO da CBR doc