Escritórios de advocacia se reinventam e investem em ferramentas como plataformas digitais, mídias sociais e canais de conversa online para continuarem atendendo seus clientes
Arthur Braga Nascimento (*)
Julgamentos em tribunais, resoluções de casos em conjunto, consultas e reuniões, essas são algumas atividades que fazem parte do dia a dia de quem atua no setor jurídico, uma das áreas que mais sofreu mudanças com a chegada do incansável coronavírus.
A rotina e o comportamento de advogados, juízes, promotores e todos que fazem parte da cadeia de profissionais que cuidam da Justiça brasileira mudou completamente, pois tiveram que substituir seus hábitos e modelos de trabalho pelo ambiente virtual com um único objetivo: evitar a disseminação progressiva da doença no país.
Apesar das suspensões de prazos de processos em alguns tribunais, o Poder Judiciário, por exemplo, foi um dos que implantou modificações em algumas atividades. Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), os tribunais ainda podem contar com sessões presenciais, mas elas só poderão ser realizadas quinzenalmente para evitar aglomerações e riscos de contaminação entre os presentes. Outra mudança na rotina do Judiciário foi a ampliação dos julgamentos virtuais, possibilitando que advogados representantes façam sustentações orais por videoconferência.
Contudo, a situação causada pela pandemia mundial não afetou apenas os tribunais. O direito privado, serviços não gratuitos prestados tanto para empresas quanto para pessoas físicas, entre pequenas e grandes causas, também sofreram com os impactos causados pelo Covid-19.
Escritórios de advocacia estão se reinventando e passaram a investir em ferramentas tecnológicas, como plataformas digitais, mídias sociais e canais de conversa online para continuarem atendendo seus clientes, evitarem quebras de contratos e possíveis suspensões de serviços prestados, mesmo que à distância.
Em resumo, clientes que antes eram atendidos e casos que eram solucionados com reuniões e assembleias presenciais, agora ficaram por conta dos meios digitais. Porém, essa prática não é nenhuma novidade no Direito. Ainda segundo o STF, o plenário virtual, por exemplo, julgou mais Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) do que o plenário físico nos últimos seis anos.
Com essas mudanças, é notável que a tendência daqui para frente é uma atuação mais ativa das legaltechs, um atendimento muito mais virtual e com base na confiança. Escritórios de advocacia, tribunais e serviços gerais que ajudam a população a resolverem casos jurídicos serão automatizados cada vez mais.
Afinal, o Direito não pode parar de atuar e daqui para frente, mais do que nunca, o consumidor, o trabalhador, a família e empreendedores precisam de uma atenção especial e assistência para saberem quais serão seus direitos e deveres daqui para frente. Estamos enfrentando uma nova era mundial e, com o jurídico, não é diferente!
(*) Sócio do BNZ Advogados e coordenador do Bonuz, escritório de advocacia focado em startups, um braço do BNZ.