Soluções tecnológicas permitem às empresas levantar e checar informações sobre parceiros e contratados, apoiando as práticas de governança e sustentabilidade
Alexandre Pegoraro (*)
“Só concordar não adianta. Tem que agir.” A mensagem final de uma série de vídeos apresentados pelo ator Mateus Solano numa campanha de televisão, que tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a necessidade de uma mudança de comportamento para alcançar as metas de sustentabilidade definidas pela ONU, está prestes a ganhar um importante apoio no Brasil. Isto porque a B3 anunciou recentemente que está trabalhando na revisão da metodologia aplicada na composição de seu Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) que está completando 15 anos de existência. A ideia é fazer com que as empresas que fazem parte deste indicador avancem nas atitudes relativas ao tema e assim consigam atrair cada vez mais os investidores interessados em companhias que adotem boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês).
De acordo com o anúncio recente feito pela bolsa paulista, o objetivo das mudanças é aproximar o ISE dos moldes adotados pelos mercados internacionais. Isto significa ampliar a ênfase no G, ou seja, na governança.
Essa resolução da bolsa paulista não só sedimenta a ideia recorrente sobre a importância do compliance, mas consolida ainda mais o seu papel estratégico nos negócios: companhias conscientes sabem da importância de se cultivar uma boa imagem e que, quando essa é arranhada em algum episódio seja envolvendo o seu nome ou de seus colaboradores, os custos podem ser incalculáveis em todas as esferas.
Principalmente num cenário no qual a terceirização, o home office e outros modelos de trabalho estão sendo cada vez mais incentivados e ampliando o distanciamento entre o contratante e o contratado. Nestas condições, esse tipo de cuidado precisa ser tomado em todo o ciclo da atividade, a começar pelo conhecimento profundo sobre quem se está contratando ou iniciando uma parceria de negócios.
O Governo Federal tem sido exemplo da falta de uma política de compliance mais eficiente neste sentido. Prova disso é que recentemente teve que sofrer o constrangimento de exonerar um ministro da Educação antes mesmo que ele tivesse assumido o cargo de maneira prática, simplesmente porque foi descoberto que as informações apresentadas em seu curriculum não eram condizentes com a realidade. Outro ministro, o do Meio Ambiente, é constantemente vítima de ataques porque consta na Justiça de São Paulo uma condenação contra ele relativa a um caso de improbidade administrativa justamente relacionada à pasta que dirige.
Episódios assim poderiam ter sido evitados se o governo utilizasse soluções apropriadas, voltadas a pesquisas minuciosas sobre a trajetória do candidato a integrar setores tão importantes da administração pública.
Amplitude de pesquisa
Além de detectar se determinada pessoa ou empresa, seus sócios ou familiares possuem algum envolvimento com crimes ambientais, por exemplo, essas mesmas soluções têm uma amplitude de pesquisa que abrange também possíveis envolvimentos em casos de emprego de mão de obra infantil e análoga à de escravo, crimes contra a organização do trabalho, além de crimes contra a criança e o adolescente.
Enquanto isso, soluções antifraude, contra lavagem de dinheiro e terrorismo extraem informações relevantes de fontes de pesquisa, tais como Receita Federal, Tribunais de Justiça, Diários Oficiais, Listas Restritivas, Birôs de Crédito, Google, Dados Cadastrais, sites da ONU, OFAC, Interpol, etc. As análises vêm em forma de dados totalmente estruturados, otimizando ao máximo o tempo de avaliação sobre das informações coletadas.
Soluções de mídia e clipping, por sua vez, possibilitam análises, correlações e acompanhamento em tempo real de tudo o que acontece no Brasil em relação a escândalos de corrupção, lavagem de dinheiro, fraudes, terrorismo, entre outras práticas associadas a atividades ilegais. Agora podem-se checar dados de processos em tribunais de todo o país, incluindo as Varas Cível, Criminal, da Família, do Trabalho, Estadual, Federal e da Fazenda Pública.
As plataformas também conseguem acabar com as dificuldades corriqueiras de acesso a Bureaus de Crédito e Listas Restritivas, investigando informações creditícias em fontes como RFB, Serasa, Protestos em Cartório, CCF (Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos) e muitos outros.
Ou seja; a tecnologia permite às empresas e aos governos se anteciparem aos problemas de governança e evitarem que eles aconteçam e gerem prejuízos.
Agora: só concordar não adianta. Tem que agir!
Que este novo índice de sustentabilidade da B3 impulsione as ações!