Greenwashing e desigualdade regulatória na ESG são desafios globais para as empresas

Adrián Fognini, Managing Director da Thomson Reuters para a América Latina

Objetivos ambientais, sociais e de governança das companhias, investidores e governos foram afetados por desafios geopolíticos, sociais e econômicos, revela relatório do Thomson Reuters Institute

Com foco no greenwashing e no ritmo desigual na evolução da regulamentação ESG (Environmental, Social and Governance) ao redor do mundo, o relatório “ESG Sob Tensão” do Thomson Reuters Institute revela que a invasão da Rússia na Ucrânia, o aumento dos preços da energia, a polarização política em torno de questões ESG principalmente nos Estados Unidos e outros pontos de estresse compõem uma tempestade perfeita que desafia as metas de redução de carbono e aumenta o imperativo para as empresas obterem sua licença social.

Para ajudar as empresas a enfrentar esses desafios e garantir a conformidade ESG, o relatório alerta para os crescentes riscos legais, regulatórios e de reputação por alegações de “lavagem verde” a empresas que promovem suas credenciais ESG e pelas exigências regulatórias em desenvolvimento dinâmico.

O relatório também lista as áreas que as empresas devem considerar para sua abordagem ESG, incluindo a governança de dados, o desenvolvimento de habilidades em seus talentos, as atividades de lobby que garantam regulamentações apropriadas, o desenvolvimento estratégico de suas mensagens corporativas de ESG e a gestão do risco reputacional.

Entre as tendências previstas no relatório, são mencionadas que os reguladores, ambientalistas e investidores acompanharão mais atentamente as ações das empresas para combater as mudanças climáticas e gerenciar os problemas sociais. Espera-se também que isso acelere o uso de créditos de carbono, criando um mercado estimado em US$ 50 bilhões até 2030.

Priorização de valores corporativos

Houve destaque para a priorização dos valores corporativos nas empresas que fecharam operações na Rússia em face da invasão da Ucrânia, e o progresso da União Europeia e do Reino Unido na revisão de indicadores adversos — tanto ambientais quanto em termos de diversidade nos conselhos de administração e na equidade salarial — para melhorar a transparência e direcionar o capital para empresas mais sustentáveis.

“A ESG não representa apenas um risco regulatório e reputacional para as empresas. Hoje não podemos ignorar que ele pode afetar tudo, desde o modelo de negócios, a estratégia, a atração e retenção de talentos, até o acesso ao investimento e ao impacto nas demonstrações financeiras. Portanto, alinhar as operações aos critérios de ESG é essencial para garantir o futuro dos negócios”, disse Adrián Fognini, Managing Director da Thomson Reuters para a América Latina.

O relatório é complementado por um apêndice que resume os esforços de cada um dos países que compõem o G20 de acordo com os critérios ESG, e entre eles são mencionadas as ações do Banco Central do Brasil e da Superintendência de Seguros Privados (Susep) em apoio ao desenvolvimento de negócios sustentáveis.

O relatório especial “ESG Sob Tensão” está disponível para consulta gratuita no site da Thomson Reuters Brasil.

 

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