Governança é essencial para encontrar o equilíbrio no uso da Inteligência Artificial

A governança no desenvolvimento e na utilização da IA garante que as vantagens sejam maximizadas e os riscos reduzidos. Organizações precisam formar equipes multidisciplinares com especialistas de diversas áreas, como Ciências de Dados, Direito e Compliance, para abordar todos os aspectos envolvidos no desenvolvimento e na implantação da Inteligência Artificial.

Gustavo Tonet Fagundes (*)

A Inteligência Artificial (IA) tem o potencial de transformar profundamente o mercado de trabalho, mas isso não significa necessariamente a eliminação de empregos. Pelo contrário, surge como uma ferramenta poderosa para assessorar profissionais, aumentando a eficiência e a produtividade. Ao invés de substituir, a Inteligência Artificial complementa o trabalho humano, permitindo que os especialistas se concentrem em tarefas mais estratégicas e criativas.

Essa realidade confirma a urgência de uma governança eficaz no uso de IA. Ao mesmo tempo em que está transformando rapidamente o cotidiano, a Inteligência Artificial também tem levantado questões complexas sobre ética, transparência e responsabilidade.

Uma governança no desenvolvimento e na utilização do recurso garante que as vantagens sejam maximizadas e os riscos reduzidos, tornando a capacitação e a conscientização contínua dos funcionários essenciais para promover uma cultura coerente.

Para que essa medida realmente funcione, ela deve ser baseada em princípios sólidos de confiabilidade e conformidade legal. Organizações precisam formar equipes multidisciplinares com especialistas de diversas áreas, como Ciências de Dados, Direito e Compliance, para abordar todos os aspectos envolvidos no desenvolvimento e na implementação de sistemas de IA. Além disso, é crucial realizar auditorias regulares para avaliar o desempenho desses sistemas, identificar possíveis vieses e garantir a transparência.

A governança também deve incluir a definição de políticas que estabeleçam diretrizes. Essas devem abordar a proteção da privacidade e dos dados pessoais, a segurança cibernética, a equidade e a não discriminação, e a conformidade com as leis aplicáveis.

Também é importante criar mecanismos de prestação de contas e responsabilização, designando profissionais para supervisionar as atividades relacionadas à IA e estabelecer canais de denúncia para relatar violações ou preocupações. O movimento é de todo o time e os benefícios também.

O caminho descrito aqui é necessário e, acima de tudo, preventivo. A IA continuará a desempenhar um papel cada vez mais relevante na sociedade, e implementar medidas de proteção ajuda a promover a confiança na adoção da tecnologia, incentivando a inovação de forma sustentável. Mesmo com questionamentos sobre o impacto da IA no mercado de trabalho, é possível encontrar o equilíbrio, e a governança é o caminho mais curto para alcançá-lo.

(*) Advogado da ZNA Advocacia, especialista em Direito Digital e Proteção de Dados pela Escola Brasileira de Direito

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