Caio Santos, CEO e fundador da Data Lawyer
Empresa investe na tecnologia de Jurimetria, que nada mais é do que a estatística aplicada ao setor jurídico, capaz de ajudar as empresas na tomada de decisões
Tornar o Direito mais orientado a dados é o foco da Data Lawyer, hub de tecnologia com produtos voltados para gestão e análise de dados no mercado jurídico. Nesse conceito se insere sua mais recente ferramenta: a DataLawyer Insights, que emprega técnicas de Big Data e Inteligência Artificial para analisar processos trabalhistas de todos os Estados a partir de 2014.
De acordo com Caio Santos, CEO e fundador da Data Lawyer, em entrevista concedida a Law Innovation, a demanda para esse tipo de produto é grande, mas ainda falta conhecimento técnico sobre essa tecnologia. “Jurimetria é estatística aplicada ao Direito. Ou seja, é a técnica que transforma essa área em números, para que seja possível analisar tendências e reconhecer algum tipo de padrão”, argumenta o executivo. Ele ressalta, em outros termos, que a Jurimetria é um conceito, cujo propósito é deixar as tomadas de decisão mais orientadas a dados.
Entretanto, completa o CEO, os dados por si sós não são capazes de resolver problemas do dia a dia dos escritórios e departamentos jurídicos. “O que vai solucionar os impasses do setor é interpretar esses dados e propor alguma solução a partir deles”, salienta.
Segundo Caio Santos, o hábito de interpretar dados ainda é muito novo no setor jurídico. Isso porque quem sai da faculdade não tem esse conhecimento e cultura. No entanto, ele avalia que a tendência é um fortalecimento dessa prática.
“Prova disso é que estão surgindo novas profissões, como a de analista de dados jurídicos, profissional que vai se dedicar a entender e interpretar os dados e a propor melhorias, por meio da tecnologia Business Intelligence. Além disso, escolas como a Future Law também estão promovendo cursos de analistas de dados jurídicos”, afirma.
Em relação ao Direito 4.0, era marcada pelo uso da tecnologia no trabalho do advogado, Caio Santos afirma que estamos apenas no início da aplicação desse conceito. “Entretanto, vamos ter uma mudança muito maior do que a que tivemos nos últimos 50 anos, mesmo em se tratando de um mercado conservador”, aposta.
O grande movimento de feiras como a Fenalaw, realizada em outubro, é um bom termômetro de como o público está interessado em inovação, na opinião do CEO.