Fomentar as questões de diversidade e estruturar um Comitê de Ética ajudam as empresas a garantirem a sustentabilidade dos seus negócios
Alexandre Hoeppers (*)
Todos os dias nos deparamos com situações novas e desafiadoras, que fazem parte do ambiente em que vivemos e da forma como nos relacionamos. Mas em todos os casos temos plena responsabilidade pelas escolhas que tomamos e que dizem muito a respeito de quem somos. As consequências perpassam em diferentes âmbitos: nossa postura profissional gera reflexos diretos na vida pessoal, assim como o que praticamos na esfera particular tem conexão com a reputação profissional. E é exatamente a nossa reputação que mostra a integridade e o comprometimento com que tratamos esses desafios diários.
Quando expandimos o conceito de reputação para empresas, percebemos há alguns anos o fortalecimento da discussão do compliance, ou seja, do dever de estar em conformidade com atos, normas e leis. Toda organização é um ambiente coletivo, vivo, no qual os funcionários estão conectados e são responsáveis uns pelos outros. Isso significa que atitudes indevidas, mesmo isoladamente, podem gerar resultados desastrosos para a instituição como um todo.
Hoje, estar em conformidade também significa garantir um ambiente diverso e representativo, com equidade de gênero, orientação sexual, raça, inclusão de pessoas com deficiência e quaisquer outros aspectos que nos tornam diferentes. Mas há uma consequência que precisamos trabalhar ao reunir diferentes pessoas em um espaço: o aumento dos conflitos, incluindo casos de discriminação e assédio. Para que diferentes opiniões não sejam um problema é necessário incluir. E ainda estamos no começo dessa jornada.
Com o intuito de olhar com mais cuidado para essas questões, estão sendo criados órgãos específicos para analisar os casos antiéticos. São os comitês ou comissões de ética, constituídos de um grupo de pessoas que analisam possíveis violações às normas da Organização.
Essa equipe pensa nas formas mais adequadas não apenas de corrigir falhas, mas principalmente de preveni-las. A partir de um Código de Conduta – outra ferramenta que toda empresa deve ter – ela identifica os comportamentos que estejam ou pareçam estar em desacordo para definir a melhor forma de extingui-los.
O Código de Conduta é elaborado a partir dos valores corporativos e apresenta os princípios básicos que devemos observar para que possamos atuar de forma íntegra e responsável. Na EY, ele traz expressamente o tema de diversidade e o próprio Comitê, fundado em 2014, é plural, com mais mulheres do que homens. O objetivo é acolher a experiência multicultural e a diversidade como pontos fortes da Organização.
O Comitê de Ética e Conformidade tem a missão de defender o Código de Conduta, fazendo com que ele reverbere pela instituição. Junto aos demais líderes, seus membros são os porta-vozes das políticas de conformidade para que o comportamento ético e o combate à corrupção e à discriminação tenham êxito e penetração em toda a empresa.
Na EY Brasil, um dos maiores reconhecimentos que o Comitê de Ética e Conformidade obteve ao longo de sua jornada foi ser reconhecida pelo Programa Empresa Pró-Ética, importante iniciativa da Controladoria-Geral da União (CGU) como empresa que colocar a companhia entre o seleto grupo de empresas Pró-Éticas, uma importante iniciativa da Controladoria-Geral da União (CGU) para promover, voluntariamente, boas práticas de integridade e de prevenção à corrupção e à fraude.
Isso se reflete também nos resultados alcançados em 2019, quando a EY Brasil expandiu a agenda de monitoramentos de riscos éticos, além de ter promovido treinamentos internos para 100% dos profissionais, presenciais ou a distância. Conquistas como essas demonstram que fomentar as questões de diversidade e estruturar um Comitê de Ética ajudam as empresas a garantirem a sustentabilidade dos seus negócios, promovendo um mundo de negócios melhor e mais justo para todos.
(*) Líder do Comitê de Ética e Conformidade da EY Brasil