Beelegal aponta inconsistências nos projetos com LGPD

Para executivo da lawtech, empresas acabaram arcando com uma série de gastos desnecessários, já que a maioria precisou contratar ferramentas adicionais e fazer adequações tecnológicas que não estavam previstas no plano inicial

Ruy Rêde: CEO da Beelegal

Estabelecendo uma série de diretrizes, requisitos e obrigações a serem observadas por órgãos públicos e entidades privadas, a Lei 13.709/2018, conhecida como Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), foi formatada para que os dados pessoais não sejam utilizados para fins não autorizados, protegendo os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade. As sanções para as empresas que não cumprirem os requisitos já estão valendo desde agosto de 2021, com penalidades que podem ser de até 2% do faturamento da empresa, com um teto de R﹩ 50 milhões por infração.

Para o engenheiro eletrônico Ruy Rêde, CEO da Beelegal – lawtech especializada em soluções para o tratamento de dados – o mercado é efervescente. Vivenciando essa realidade diariamente, o executivo – que antes de ocupar o cargo na Beelegal foi diretor de Inovação do Bradesco e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) – chegou a um diagnóstico de que as principais falhas das empresas estão diretamente relacionadas a um planejamento inconsistente, que não contempla todas as fases de adequação e controle necessárias.

“Muitas empresas começam com uma consultoria e acabam com uma lista de tarefas, um plano de ação, que apesar de ser muito abrangente, não exime a empresa de ser penalizada. Muitas consultorias apenas comparam a lei e os processos macro, deixando para as empresas as tarefas de identificar os detalhes e fazer um plano de ação para redução de inconsistências”, explica Ruy.

Para o executivo, esse processo acabou gerando uma série de gastos desnecessários, já que a maioria das empresas precisou contratar ferramentas adicionais e fazer adequações tecnológicas que não estavam previstas no trabalho inicial.

“O grande problema está no fato de que muitas ferramentas têm origem fora do Brasil e, consequentemente, podem deixar de fora alguns pontos importantes, basicamente por não ter a adaptação necessária”, adverte ele.

Para atender este mercado, a lawtech oferece ferramentas completas para adequação à LGPD (identificação, tratamento e gestão de dados pessoais), estabelecendo parcerias com escritórios de advocacia que prestam consultoria para adequação, além de robôs para captura e tratamento de dados nos diferentes Tribunais do Brasil. A empresa utiliza avançadas técnicas e ferramentas tecnológicas, como Machine Learning e inteligência artificial.

Spin-off da Blue Projects, a Beelegal iniciou suas operações em 2018, com uma visão de atender o mercado de privacidade de dados. Em dezembro de 2020, por meio de um acordo, a Kadmotek Ventures se tornou aceleradora da empresa. Atualmente, o portfólio de clientes conta com Rocha Calderon, Grupo Zpar, Crefisa, Santana Financeira, Ikesaki/Taiff, Renac, escritórios de advocacia (LBCA, TMBJ), entre outras empresas.

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