Regulação do mercado faz com que a agenda não seja apenas um modismo. Grandes investidores estão de olho nas corporações que consideram, além do lucro, os impactos de seus negócios na sociedade
O Brasil tem como grande desafio a estabilidade econômica e agora, com os princípios ESG (ambiental, social e governança – do inglês environmental, social and governance), as empresas também estão diante, mais do que antes, da necessidade de cumprir com esses requisitos. Mas, afinal, o ESG veio para ficar ou é apenas um modismo? A verdade é que os grandes investidores estão de olho nas corporações que consideram, além do lucro, os impactos de seus negócios.
Como um dos maiores exportadores de commodities agrícolas, que busca consolidação no mercado global, não há como o empresariado brasileiro ignorar os princípios ESG.
A advogada do MBT Advogados Thaís Rodrigues, afirma que, com os parâmetros internacionais, todos os ramos empresariais estão e vão se adequar cada vez mais. “As empresas que adotam estratégias de acordo com essas práticas se destacam e, como consequência de performance, têm como resultado o reconhecimento de compradores e fornecedores. São elas que apresentam condições de crescimento e consolidação em um ambiente altamente competitivo”, diz.
Nessa direção, o Direito contribui para segmentos específicos na adequação aos princípios ESG. O aspecto regulatório é o que mais deve pesar. “A orientação jurídica é relevante como fator essencial na criação e adoção de estratégias e modelos ao seguir as normais legais e proporcionar a execução de atividades em total regularidade”, indica.
Um risco apontado por especialistas é que o ESG vire apenas um modismo ao estilo do que gerou o Greenwashing (maquiagem verde) das empresas que fingem tomar medidas ambientais, mas cujas práticas não passam de um discurso sem ações concretas.
A advogada descarta a hipótese ao referir que o ESG trata de um conjunto de ações que engloba toda a cadeia empresarial. “A adoção de condutas ambientais passa pela necessária observação do impacto social, inclusive frente aos colaboradores e adequação da governança corporativa. Por isso, os princípios já são o presente sustentável do setor e farão as empresas se destacarem no mercado”, finaliza.