À medida que a IA ganha terreno no setor jurídico, surgem preocupações fundamentais sobre a proteção de dados. A confidencialidade das informações de casos e clientes é um pilar estratégico e sensível, vital para a credibilidade e confiança depositada nos advogados.
Gustavo Helou Rahal e André Dantas (*)
A rotina dos advogados sempre foi marcada por tarefas repetitivas e burocráticas, como a revisão de documentos, a pesquisa de precedentes e a gestão de casos. Com a evolução tecnológica, a Inteligência Artificial (IA) Generativa tem sido gradativamente implementada em escritórios e departamentos jurídicos, com o objetivo de agilizar essas demandas e liberar os profissionais para atividades de maior valor estratégico.
À medida que a IA ganha terreno no setor jurídico, surgem preocupações fundamentais sobre a proteção de dados. A confidencialidade das informações de casos e clientes é um pilar estratégico e sensível, vital para a credibilidade e confiança depositada nos advogados. Com a digitalização crescente dos processos, a segurança dos dados se eleva à prioridade máxima, exigindo uma avaliação criteriosa dos riscos e benefícios associados ao uso dessas tecnologias.
A segurança sob o prisma tecnológico
Plataformas de IA Generativa como ChatGPT, Llama e Anthropic, embora amplamente reconhecidas, demandam cuidados específicos com a segurança da informação. Isso porque a exposição contínua a redes públicas aumenta a vulnerabilidade a ataques cibernéticos, comprometendo a integridade dos dados confidenciais.
Nesse contexto, as plataformas whitelabel, que são soluções de tecnologia personalizáveis e integradas diretamente na infraestrutura do cliente, têm se destacado como alternativas vantajosas. Elas oferecem alto nível de personalização e segurança reforçada, permitindo a implementação em nuvens privadas.
Esse modelo atende às necessidades específicas de escritórios de advocacia que buscam proteger seus dados sensíveis sem compartilhar informações privadas ou confidenciais com terceiros, proporcionando um controle maior sobre a infraestrutura e a gestão de dados.
Conformidade e transparência
A conformidade com regulamentações de privacidade é um dos pontos de atenção ao integrar soluções de IA em ambientes jurídicos. As legislações, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil, estabelecem diretrizes rigorosas para o tratamento de dados pessoais, impondo penalidades severas em caso de não conformidade.
Dessa forma, é imperativo que os escritórios de advocacia adotem tecnologias que garantam a aderência a essas regulamentações, minimizando os riscos de vazamento e do uso indevido de informações.
Além da conformidade, outros aspectos, como a transparência no uso de dados e a rastreabilidade das operações realizadas pela IA, são igualmente fundamentais. Ferramentas que oferecem logs detalhados e relatórios de atividade ajudam a monitorar o desempenho e a segurança da IA, conferindo maior controle e auditabilidade aos gestores.
Agregação de valor
E como a implementação da IA pode agregar valor ao negócio? Com um serviço seguro e personalizável, escritórios de advocacia podem diferenciar seus serviços no mercado e oferecer mais agilidade e eficiência aos seus clientes.
As soluções de IA elevam a competitividade dos escritórios de advocacia ao automatizar processos complexos e demorados, melhorar a precisão das análises e proporcionar insights estratégicos. Isso resulta em uma operação mais eficiente, decisões mais informadas e um serviço de maior qualidade para os clientes, criando um valor substancial para o negócio.
Por fim, no momento da escolha de fornecedores de soluções de IA, é essencial considerar aqueles que priorizam a segurança e a privacidade dos dados. Critérios como a certificação de segurança, a robustez das medidas de proteção e a transparência nas práticas de gestão de dados devem ser avaliados cuidadosamente.
A IA generativa possui um vasto potencial para ser um assistente que aprimora e complementa a atuação de um advogado, permitindo que o trabalho jurídico evolua na cadeia de valor sem substituir suas funções essenciais.
(*) Gustavo Helou Rahal, sócio-fundador, e André Dantas, co-fundador e atual CTO da QWize, startup de tecnologia e desenvolvimento especializada em Inteligência Artificial.