Sidney Ito, CEO do ACI Institute e sócio em Riscos e Governança Corporativa da KPMG no Brasil
Comitês devem discutir os riscos e os controles internos com base no cenário atual das empresas e na perspectiva estratégica, levando em conta o ambiente geopolítico, macroeconômico e regulatório, além dos avanços tecnológicos
O trabalho dos Comitês de Auditoria está cada vez mais desafiador, por conta do dinamismo do ambiente de negócios e das disrupções ocorridas nos últimos meses. O cenário da economia global, guerras, segurança cibernética, regulação e o avanço da Inteligência Artificial serão temas monitorados de perto por órgãos de governança e líderes empresariais. Essas considerações estão na publicação “Comitês de Auditoria: prioridades para a agenda de 2025”, conduzida pelo ACI Institute, da KPMG no Brasil.
De acordo com o documento, a ampliação do escopo de trabalho exigirá o aprimoramento das habilidades dos profissionais. Esse panorama pode refletir-se no papel e na importância dos auditores envolvidos no gerenciamento das metas da empresa.
“Os Comitês de Auditoria devem discutir os riscos e os controles internos com base no cenário atual da empresa e na perspectiva estratégica, levando em conta o ambiente geopolítico, macroeconômico e regulatório”, recomenda Sidney Ito, CEO do ACI Institute e sócio em Riscos e Governança Corporativa da KPMG no Brasil.
“É essencial estabelecer comunicações claras entre o auditor e o Comitê de Auditoria. Embora as interações impulsionadas por aspectos regulatórios sejam frequentes, ampliar essas conversas além do exigido pode aprimorar a função de supervisão do Comitê de Auditoria, o tom da liderança e a qualidade dos profissionais”, afirma ele.
Temas a considerar
Com base em discussões, mesas de debate e interações com os líderes das empresas e do ACI Institute e o Board Leadership Center da KPMG no Brasil, o relatório destaca sete temas a serem considerados pelos Comitês no preparo e cumprimento da agenda de 2025:
1- Mantenha o foco nas demonstrações financeiras e nos controles internos;
2- Estabeleça o papel do Comitê de Auditoria com relação às novas regras regulatórias sobre a Inteligência Artificial Generativa (GenAI), cibersegurança e governança de dados;
3- Compreenda como a tecnologia está impactando a especialização e a eficiência das áreas financeira e contábil;
4- Reforce a qualidade da auditoria independente e mantenha uma comunicação efetiva;
5- Garanta que os trabalhos da auditoria interna estejam atrelados aos riscos estratégicos da empresa e que estejam alinhados com as expectativas do Conselho de Administração;
6- Acompanhe as atualizações sobre a Reforma Tributária e avalie os possíveis impactos na empresa;
7- Reavalie a agenda, as responsabilidades, a composição e a expertise do Comitê de Auditoria.
“A agenda do Comitê de Auditoria está repleta de novas responsabilidades e exigências regulatórias. Essas mudanças envolvem demonstrações financeiras, auditorias internas e externas, relatórios de sustentabilidade, avaliação de risco para os negócios e impacto das políticas fiscais”, pondera Fernanda Allegretti, sócia-diretora do ACI Institute, do Board Leadership Center Brasil e de Markets da KPMG no Brasil.
“Há uma preocupação com o preparo, composição e habilidades do Comitê de Auditoria, considerando a atuação rigorosa dos reguladores, a pressão das partes interessadas, os riscos emergentes e a disrupção tecnológica cada vez mais acelerada”, complementa ela.
O link completo para o levantamento da KPMG é o seguinte: Comitê de Auditoria: prioridades para a agenda de 2025 – KPMG Brasil