Entre os fatores que estão impulsionando o segmento de certificação digital, destacam-se os avanços no uso da Inteligência Artificial, o fortalecimento do e-commerce, a necessidade de proteção de dispositivos de Internet das Coisas e a crescente regulação dos ambientes digitais
Luiza Dias (*)
O mercado de certificação digital passou, globalmente, por grandes movimentos ao longo de 2024 e a expectativa é de que o setor se mantenha aquecido em 2025. Além disso, com os avanços da Inteligência Artificial (IA) e a sua implementação em diferentes processos tramitados virtualmente, torna-se indispensável garantir a proteção dos dados e a identificação das atividades realizadas com o uso dela no meio digital.
Outro ponto que também deve ser considerado é o fortalecimento do e-commerce, cuja projeção de crescimento segue ascendente. Um relatório da GlobalData sugere que o mercado mundial de e-commerce valerá, até 2027, o equivalente a US$ 9,3 bilhões. Diante deste cenário, é muito provável que a demanda por certificação digital acompanhe tal evolução e atinja novos marcos no próximo ano.
O uso da Infraestrutura de Chaves Públicas (PKI) será crucial na segurança de dispositivos IoT (Internet das Coisas). Um levantamento da consultoria IoT Analytics aponta que, até o final de 2024, os dispositivos conectados chegarão ao marco de 18,8 bilhões.
Tendo em vista este crescimento, que deve permanecer em alta em 2025, é coerente dizer que o uso da PKI também apresentará um aumento significativo. A PKI desempenha diversas funções como o gerenciamento de certificados, criptografia, autenticação, escalabilidade, entre outras – pontos cruciais quando falamos da segurança de dispositivos IoT.
Outra tendência que prevejo para o próximo ano é a adoção de certificados de curta duração. Esse tema tem sido discutido desde março de 2023, quando o Google sugeriu que os certificados digitais deveriam ter uma validade de apenas 90 dias.
A principal vantagem disso seria a redução da janela de exposição em caso de comprometimento cibernético, o que pode ser uma estratégia interessante em casos de autenticação de dispositivos IoT, ambientes em nuvem, uso de Rede Privada Virtual (VPN), entre muitas outras aplicações que requeiram segurança, resiliência e agilidade.
Por fim, mas não menos importante, entendo que a convergência de normas de segurança globais poderá ser um grande passo a ser dado em 2025. Com um ambiente digital cada vez mais regulamentado, é possível que haja uma maior padronização das normas internacionais para Autoridades Certificadoras (ACs) como a GlobalSign, focadas na conformidade e interoperabilidade.
(*) Diretora Presidente da GlobalSign do Brasil