Caio Lima, sócio do VLK Advogados e especialista em Direito Digital
Advogado alerta que a OpenAI e outras desenvolvedoras devem reduzir o tempo e os recursos destinados aos testes com modelos de Inteligência Artificial. Desse modo, tecnologias poderão ser disponibilizadas sem proteção suficiente, elevando riscos para empresas usuárias.
Diante das recentes discussões envolvendo a possível redução de testes de segurança por parte de empresas desenvolvedoras de Inteligência Artificial, como a OpenAI, cresce a importância de que as organizações que utilizam essas tecnologias adotem uma postura ativa em relação à governança ética em proteção de dados.
Para Caio Lima, sócio do VLK Advogados e especialista em Direito Digital, o momento exige atenção redobrada das empresas para evitar uma maior responsabilização. “A redução nos testes de segurança reforça a importância de que as organizações invistam seriamente na governança ética em Inteligência Artificial. Devem ser implementados mecanismos robustos de validação tanto das soluções que a empresa pretende adotar internamente quanto daquelas utilizadas por seus parceiros de negócio”, afirma ele.
O advogado destaca que uma boa estrutura de governança pode ser decisiva para mitigar riscos variados, como violações de propriedade intelectual, responsabilidade civil e até vieses discriminatórios em decisões automatizadas.
“A governança ética em proteção de dados deve incluir políticas claras, treinamentos periódicos, documentação adequada e, sempre que possível, um comitê de ética dedicado ao tema. O uso de IA não é, por si só, prejudicial, mas ele precisa ser gerido com responsabilidade”, adverte Lima.
“Sem essa gestão, as empresas ficam expostas a riscos significativos, inclusive legais”, observa o especialista, ressaltando que as organizações devem criar suas próprias salvaguardas para garantir que a utilização da tecnologia esteja alinhada com os princípios éticos, jurídicos e de segurança da informação.