Nelmara Arbex, sócia-líder de ESG da KPMG no Brasil e na América do Sul
Resolução 193 da CVM dispõe sobre a elaboração e divulgação do relatório de dados financeiros relacionados à sustentabilidade, com base no padrão internacional emitido pelo International Sustainability Standards Board (ISSB), como referência para todas as companhias abertas do Brasil
A menos de dois meses para fechar o ano, as companhias de capital aberto de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações (TMT) já começaram a mobilização para a inclusão das metas ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança) nos planos de negócios para o próximo ano.
Essa é a análise do sócio-líder destes setores na KPMG no Brasil e na América do Sul, Márcio Kanamaru. Segundo ele, é justamente neste período quando são estabelecidas e definidas as ações sustentáveis que serão realizadas a partir de janeiro. Por determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as empresas serão obrigadas a reportar esses dados no balanço contábil, em 2026.
“A boa notícia é que as companhias de TMT estão bem adiantadas e possuem uma larga experiência na apresentação de dados de sustentabilidade, já que iniciaram essas adaptações há cerca de dois anos, o que justifica o adiantamento na obediência à resolução. Isso acontece porque elas já atendem a índices importantes voltados para o ESG como o de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da B3, e o Dow Jones Sustainability Index. Ambos têm um peso importante na vantagem financeira e competitiva das organizações”, explica Kanamaru.
A norma da CVM (Resolução 193) dispõe sobre a elaboração e divulgação do relatório de dados financeiros relacionados à sustentabilidade, com base no padrão internacional emitido pelo International Sustainability Standards Board (ISSB), como referência para todas as companhias abertas do Brasil.
De acordo com o regulador, a resolução fornece um arcabouço global efetivo e proporcional de informações voltadas aos investidores, servindo para auxiliar os mercados financeiros globais a avaliarem os riscos e oportunidades.
“Existe uma tendência global de as empresas, principalmente aquelas que estão listadas em bolsas de valores, informarem dados de sustentabilidade junto com os financeiros. A CVM quis demonstrar para o mercado que as organizações brasileiras também estão preparadas para atender a este tipo de demanda para que o investidor se sinta mais confortável para realizar aportes nelas”, finaliza a sócia-líder de ESG da KPMG no Brasil e na América do Sul, Nelmara Arbex.