Beatriz Machnick, CEO e sócia-fundadora da BM Consultoria em Precificação e Finanças
A governança corporativa atua como um pilar fundamental da sustentabilidade, requerendo ações que estejam alinhadas com as necessidades sociais, econômicas e ambientais. O foco deve estar em uma gestão ética e responsável, onde a busca por resultados financeiros não se sobreponha aos interesses coletivos.
A integração entre governança corporativa e sustentabilidade se torna prioridade no cenário empresarial. Mas o que exatamente significa governança corporativa? Em essência, trata-se de um conjunto de diretrizes, políticas e condutas que orientam a administração de uma empresa. Essas diretrizes vão além da mera busca por lucros, incluindo a mitigação de impactos negativos e a ampliação de efeitos positivos para colaboradores, investidores, clientes, fornecedores e a comunidade.
Para Beatriz Machnick, que é mestre em governança e sustentabilidade, CEO e sócia-fundadora da BM Consultoria em Precificação e Finanças, a governança corporativa visa promover um ambiente de negócios onde a ética e a responsabilidade social estejam no centro da tomada de decisões. “Isso implica que a empresa deve operar de maneira a não prejudicar nenhum dos grupos envolvidos, buscando sempre um equilíbrio entre o resultado financeiro e o bem-estar coletivo”, explica.
Sustentabilidade: um conceito amplo
Por sua vez, a sustentabilidade é frequentemente associada apenas a questões ambientais, mas sua abrangência é muito maior. Ela se relaciona à busca por um desenvolvimento equilibrado, que considere as dimensões sociais e econômicas.
A especialista esclarece: “A sustentabilidade defende que as ações de uma organização não devem ter repercussões negativas, sejam elas de natureza financeira ou social. Cada decisão deve levar em conta a viabilidade e a justiça, assegurando que ninguém, especialmente os mais vulneráveis, sofra consequências adversas”.
Um exemplo claro, segundo ela, é o impacto ambiental, que geralmente atinge primeiro as comunidades menos favorecidas: “Da mesma forma, práticas de negócios prejudiciais podem exacerbar a desigualdade social, comprometendo o equilíbrio econômico e social”.
Interconexão entre governança e sustentabilidade
Governança corporativa e sustentabilidade são interdependentes, pois ambos os conceitos buscam promover a responsabilidade e o bem-estar do ambiente em que a empresa está inserida. A governança corporativa atua como um pilar fundamental para assegurar a sustentabilidade, requerendo ações que estejam alinhadas com as necessidades sociais, econômicas e ambientais.
Para que a sustentabilidade se concretize, é necessário que as empresas adotem uma postura proativa, implementando estratégias que não apenas evitem danos, mas que também promovam melhorias em diversas esferas. O foco deve estar em uma gestão ética e responsável, onde a busca por resultados financeiros não se sobreponha aos interesses coletivos.
Benefícios da integração
A adoção dos princípios de governança corporativa e sustentabilidade, salienta Beatriz Machnick, não implica renunciar à lucratividade: “Pelo contrário, é possível encontrar um equilíbrio que permita o crescimento econômico aliado ao respeito pelos direitos sociais e ambientais”.
Este modelo de gestão responsável, acrescenta ela, pode, a longo prazo, se traduzir em vantagens competitivas significativas: “Empresas que incorporam esses valores não apenas contribuem para um mundo melhor, mas também se posicionam de maneira mais robusta no mercado, destacando-se pela sua responsabilidade social e compromisso ético”.
Diferenciação no mercado
Para que a governança corporativa e a sustentabilidade sejam efetivamente aplicadas, as empresas precisam adotar práticas que considerem as esferas financeira, social e ambiental. Essa abordagem integrada possibilita que, além de obter lucros, a organização alcance ganhos intangíveis que a diferenciem no mercado.
“É fundamental que os líderes empresariais reflitam sobre suas estratégias e decisões, sempre visando um ambiente de negócios mais equilibrado e sustentável. A união desses dois conceitos não só promove um desenvolvimento mais justo e sustentável, mas também garante a perenidade e o sucesso das organizações em um mundo em constante mudança”, finaliza Machnick.