Reforma Tributária demanda revisão de processos e adoção de novas tecnologias nas empresas

Vinícius Silva, sócio de Tax (à esquerda), e Vitor Vieira, sócio de Corporate Finance, ambos do Grupo PCA (Crédito da foto: Ariane Silva)

As companhias devem mapear seus processos fiscais e identificar onde as novas exigências tributárias afetarão suas operações. Esta iniciativa inclui a revisão dos sistemas de gestão tributária, que precisarão ser adaptados para lidar com as novas regras e suportar a complexidade que a transição acarretará.

Vinícius Silva e Vitor Vieira (*)

A Reforma Tributária aprovada em 2023 traz um cenário de transformações profundas para as empresas no Brasil. Com a substituição de tributos como ISS e ICMS por novos impostos como IBS e CBS, a necessidade de adaptação é urgente e começa já em 2024. As empresas precisam iniciar imediatamente o processo de adaptação. A transição não será simples, e a preparação deve começar com a reestruturação dos processos internos, adotando novas tecnologias que garantam a conformidade e minimizem os riscos.

O primeiro passo é uma análise detalhada do impacto da Reforma sobre o modelo de negócios atual. As empresas devem mapear seus processos fiscais e identificar onde as novas exigências tributárias afetarão suas operações. Isso inclui a revisão dos sistemas de gestão tributária, que precisarão ser adaptados para lidar com as novas regras e suportar a complexidade que a transição acarretará.

O primeiro passo para uma adaptação eficaz é a conscientização sobre as novas obrigações fiscais. As empresas devem investir em treinamento para suas equipes, garantindo que todos estejam atualizados sobre as mudanças e preparados para implementá-las de forma eficiente. Além disso, a integração de soluções tecnológicas robustas será fundamental para automatizar processos e garantir a precisão no cumprimento das obrigações fiscais.

Um relatório da Thomson Reuters revela que, apesar dos desafios, as mudanças trazem oportunidades de simplificação e maior clareza no planejamento fiscal. No entanto, a preparação antecipada é crucial. As empresas que começarem a se adaptar já em 2024 estarão em uma posição mais forte quando as novas regras entrarem em vigor. Isso significa não apenas investir em novas tecnologias, mas também revisar e otimizar processos existentes para garantir que estejam alinhados com o novo modelo tributário.

Automação de tarefas

A automação é um dos principais recursos que podem ajudar as empresas nesse processo. Automatizar tarefas repetitivas e complexas, como o cálculo de tributos, não só reduz o risco de erro, mas também libera recursos que podem ser direcionados para atividades estratégicas. Implementar sistemas que integrem toda a gestão fiscal e financeira permitirá que as empresas tenham uma visão mais clara e precisa de suas obrigações, facilitando o cumprimento das novas normas.

Para iniciar essa transição em 2024, recomenda-se um plano de ação dividido em etapas. Primeiro, faça uma auditoria interna para identificar os pontos que precisarão ser ajustados com a Reforma. Em seguida, invista em tecnologia para automatizar esses processos e, por último, treine sua equipe para garantir que todos estejam alinhados com as novas exigências.

A comunicação constante com consultores externos também é vital. À medida que a Reforma avança, novas regulamentações podem surgir, exigindo ajustes adicionais. Estar em contato com especialistas permitirá que as empresas façam adaptações em tempo real, evitando surpresas e garantindo a conformidade.

Além disso, é importante que as empresas se envolvam nas discussões em andamento sobre a implementação da Reforma. Participar de fóruns, seminários e conversas com autoridades fiscais pode fornecer insights valiosos sobre o andamento da Reforma e permitir que as empresas se adaptem de maneira mais eficaz.

Transformação positiva

A modernização dos processos internos não é apenas uma necessidade – é uma oportunidade de reavaliar e otimizar toda a operação. A Reforma Tributária pode parecer um desafio monumental, mas, para as empresas dispostas a inovar e a se adaptar rapidamente, ela pode ser um catalisador para a transformação positiva.

Conforme as empresas começam a se preparar para 2025, é essencial que mantenham o foco em estratégias de longo prazo. Aquelas que investirem agora em tecnologias de automação, treinamento de equipes e ajustes processuais estarão não apenas cumprindo com as novas obrigações fiscais, mas também se posicionando de forma competitiva para o futuro.

Em suma, a adaptação à Reforma Tributária deve começar imediatamente, com um enfoque estratégico que combina tecnologia, inovação e uma compreensão profunda das novas regras. Assim, as empresas estarão mais bem equipadas para navegar por esse período de transição, garantindo não apenas a conformidade, mas também o sucesso em um ambiente fiscal em constante evolução.

(*) Vinícius Silva, sócio de Tax, e Vitor Vieira, sócio de Corporate Finance, ambos do Grupo PCA

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