Henrique Flôres, Cofundador e Gerente de Produto da Contraktor
Voltada para todas as organizações que precisam lidar com grandes volumes de contratos no dia a dia, a nova tecnologia de “inteligência contratual” da startup busca trazer mais eficiência especialmente às áreas de compliance e auditoria
A Contraktor, startup especializada em digitalização de documentos, lançou recentemente seu novo produto: o CK Reader. A ferramenta é capaz de analisar centenas de documentos de uma vez por meio da aplicação de Inteligência Artificial, denominada pela empresa de “inteligência contratual”. A solução gera redução de tempo e de custos ao extrair informações para detectar de forma automática se há, por exemplo, ausência de cláusulas ou falta de padrão nos contratos.
Com a expectativa de que o lançamento contribua para dobrar a receita da startup, chegando a R$ 10 milhões até o fechamento de 2024, a ferramenta obteve sucesso em seus testes iniciais. Em projeto-piloto, foi possível comprovar, segundo a Contraktor, que uma revisão de contrato realizada por um profissional duraria em torno de 30 minutos, dependendo de sua complexidade. Já com o CK Reader, esse tempo cai para apenas três minutos. Ou seja, o tempo de revisão de um documento é 10 vezes menor quando feita pelo sistema, em comparação com o trabalho de um profissional. Além disso, o nível de acurácia é de 97%.
“A probabilidade de falha humana é maior que a da Inteligência Artificial, especialmente no caso desse tipo de atividade, que é cansativa, estressante e toma muito tempo dos colaboradores”, salienta Henrique Flôres, Cofundador e Gerente de Produto da Contraktor.
Ele explica que, em uma prática comum no mercado, as empresas faziam mutirões para analisar contratos, alocando vários colaboradores em um período expressivo de tempo para dar conta das demandas.
“Era preciso uma equipe inteira para conseguir analisar 300 documentos em uma semana, coisa que o CK Reader pode fazer em poucos minutos, deixando os profissionais disponíveis para outras tarefas que não podem ser automatizadas”, explica o gerente.
Desperdício de dinheiro
Além disso, ele também destaca que a organização da “papelada” também pode representar desperdício de dinheiro para as empresas. Uma estimativa da International Association for Contract and Commercial Management (IACCM) aponta que cerca de 10% da receita anual das organizações é perdida por conta da má gestão do fluxo documental. Um outro estudo, este da Bain & Company, Inc., chamado “Prescription for Cutting Costs”, estima que a margem de perda financeira na área varia de 6% a 25%.
Em resumo, assinala Flôres, o produto chega para inovar em rapidez, acurácia e economia para as organizações que precisam otimizar suas operações contratuais. Idealizada para atender todo tipo de empresa que precise lidar com grandes volumes de contratos no dia a dia, inclusive as de pequeno e médio portes, a solução propõe trazer mais eficiência, especialmente às áreas de compliance e auditoria.
“Inicialmente, esperamos atingir os segmentos de varejo, agronegócio, construção e incorporação, bancos e financeiras. Mas essa ‘inteligência contratual’ pode beneficiar empresas de todos os setores”, conclui o gerente.