Pesquisa da Amcham: 71% das empresas brasileiras adotam práticas ESG

Abrão Neto, CEO da Amcham            (Crédito da foto: Matheus Campos)

Estudo com 687 empresas mostra avanço significativo, de 24 pontos percentuais, na curva de adoção de ações sustentáveis em relação ao levantamento realizado em  2023

A adoção de práticas de sustentabilidade pelas empresas no Brasil teve um avanço significativo no último ano, revela o estudo “Panorama ESG 2024”, lançado pela Amcham Brasil nesta segunda-feira, 22 de abril, no Fórum ESG, que acontece no Masp, com a participação de cerca de três mil executivos de todo o país. 

A pesquisa, que contou com 687 respondentes, indica um crescimento de 24 pontos percentuais na curva de adoção de práticas de Ambiental, Social e Governança (ESG) em relação ao levantamento ocorrido em 2023. Ao todo, 71% das empresas participantes indicaram estar no estágio inicial (45%) ou avançado (26%)  de implementação das práticas. 

“Essa evolução revela que as empresas brasileiras estão cada vez mais convencidas da importância da agenda de sustentabilidade e engajadas em trilhar esse caminho. Por outro lado, também indica que ainda há muito por fazer. Afinal, uma parcela expressiva é de ‘adotantes iniciais’ de práticas ESG ou ainda estão planejando como aplicar essas medidas”, pondera Abrão Neto, CEO da Amcham.

O impacto positivo sobre o meio ambiente e as questões sociais (78%), o fortalecimento da reputação no mercado (77%) e o melhor relacionamento com os stakeholders (63%) apareceram como os principais motivadores para a adesão às práticas ESG pelas empresas.  

Também muito equilibrada é a importância que as empresas atribuem para cada um dos pilares ESG, com a dimensão social levemente à frente (72%) de governança (68%) e da esfera ambiental (66%). 

Pelo lado dos desafios para se alcançar avanços consistentes na agenda ESG, as empresas destacam a dificuldade em medir resultados (40%), a ausência de uma cultura corporativa forte de sustentabilidade (32%) e a falta de recursos financeiros e de uma metodologia eficiente de implementação (30%).

Uma mensagem valiosa corroborada pela pesquisa é a de que a responsabilidade por liderar a agenda ESG deve estar nas mãos dos CEOs (77%), com o apoio do governo (67%).

Ou seja, o engajamento direto do topo das empresas é essencial para que essa agenda seja tratada como estratégica e deve vir acompanhada de políticas públicas de qualidade com vistas a assegurar resultados estruturantes para o meio ambiente e para a sociedade.

Apoio governamental

A pesquisa mostra que 77% das empresas consideram crucial o apoio governamental para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis e 66% destacam a importância de conceder incentivos à transição para energias renováveis, como eólica, solar e hidrogênio limpo.

Na avaliação dos respondentes, o governo de priorizar políticas de apoio para pesquisa e desenvolvimento sustentável (77%) e políticas para energias limpas, como eólica, solar e hidrogênio limpo (66%).

Também tiveram respostas expressivas a importância de facilitar acesso a financiamento sustentável e políticas relacionadas à economia circular, ambos com 59%, bem como ações efetivas de preservação florestal (58%) e estabelecimento de um mercado regulado de carbono (52%).

Abrão Neto destaca “a atuação da Amcham na defesa de interesses para o aprimoramento de políticas públicas ambientais, apontando para o recente lançamento da agenda de prioridades legislativas da entidade, que contemplou diversas propostas para estimular energias limpas, como o combustível sustentável de aviação e o hidrogênio limpo até a criação do mercado regulado de carbono”.  

Para acelerar a implementação da agenda ESG, os respondentes ressaltaram três aspectos: a capacitação e desenvolvimento de lideranças e colaboradores (56%); a importância de integrar a sustentabilidade na estratégia de negócios da empresa (48%); e a previsão de orçamentos específicos e recursos financeiros adequados para viabilizar as iniciativas ESG (47%).

A pesquisa, aplicada de 12 a 26 de março, teve a participação de 687 executivos e executivas, em sua maioria de grandes e médias empresas, que juntas são responsáveis por 651 mil empregos diretos e por um faturamento de R$ 756 bilhões por ano.

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