Compliance é prioridade para os departamentos jurídicos, constata Thomson Reuters Institute

Hillary McNally, gerente geral da área de Corporate Legal da Thomson Reuters

Setores jurídicos corporativos no mundo estão experimentando aumento de trabalho devido a constantes mudanças nos requisitos regulatórios e de conformidade, com as equipes internas passando por um significativo esgotamento

Atender à crescente complexidade regulatória no mundo representa a maior ameaça legal para as empresas, com mais de um quarto (28%) dos departamentos jurídicos globais citando este desafio como o maior risco para os seus negócios,  constata o relatório Thomson Reuters 2023 State of the Corporate Law Department.

Uma nova pesquisa do Thomson Reuters Institute detecta as principais preocupações globais com o compliance e investiga questões relacionadas às tensões geopolíticas, aos esforços contra a lavagem de dinheiro, às economias digitais, à governança de dados e à agenda Environmental, Social and Governance (ESG). 

A pesquisa revelou que, globalmente, a conformidade é agora a principal prioridade para os departamentos jurídicos corporativos, depois de se classificar como a quinta maior em 2019. A gestão de riscos, a proteção contra litígios e o controle de custos continuam sendo as próximas na escala de prioridades. No entanto, especificamente para os departamentos jurídicos dos EUA, o controle de custos continua sendo a número um. A incerteza econômica e a tensão contínua incidindo sobre o mercado de trabalho global podem redundar em uma maior necessidade de gastos com nas áreas trabalhistas e de emprego.

“Os departamentos jurídicos em todo o mundo estão experimentando um aumento do trabalho devido aos requisitos regulatórios e de conformidade em constante mudança, com as equipes internas passando por um esgotamento significativo”, assinala Hillary McNally, gerente geral da área de Corporate Legal da Thomson Reuters. “Além disso, muitos departamentos estão prevendo a necessidade de acompanhar de perto os orçamentos, enquanto os volumes de casos legais aumentaram, colocando mais pressão sobre a equipe e os recursos internos”, acrescenta ela.

Embora os orçamentos para a maioria dos departamentos jurídicos tenham sido mantidos ou reduzidos, há uma porcentagem de empresas que preveem aumento dos gastos legais nos próximos 12 meses; 41% dos departamentos esperam ver um aumento em seus gastos legais. Isso sugere que, apesar da incerteza econômica em curso, as áreas jurídicas estão operando sob otimismo cauteloso.

Transferência do trabalho

“À medida que a carga de trabalho e a incerteza aumentam, há também uma maior disposição de transferir o trabalho para empresas menores a um custo menor, e a tecnologia pode ajudar os departamentos a tomar decisões baseadas em dados, sem comprometer os resultados”, observa McNally.

“Os investimentos em conteúdo jurídico e fluxo de trabalho também podem ajudar a preencher os gaps nos departamentos, criar melhorias de processos, fortalecer a   colaboração e atrair e reter os melhores talentos. Isso pode ajudar os departamentos a contemplar rapidamente as novas áreas do Direito e se livrar de tarefas que podem ser automatizadas, liberando tempo para um trabalho de maior valor, o que é crítico em tempos de turbulência”, frisa a executiva.

As conclusões deste relatório são o resultado de 1.569 entrevistas realizadas com profissionais dos setores jurídicos de empresas com mais de US$ 1 bilhão em receita global. As entrevistas foram realizadas ao longo de 2022.

Acesse o resumo executivo em português ou o relatório completo em inglês

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