Em meio ao cenário caótico com a LGPD, surgem novos modelos de atendimento para a adequação

Davis Alves, presidente da Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade e Proteção de Dados (ANPPD)

A nova lei já está custando milhões de reais em condenações e indenizações para empresas, e os desafios para melhorar esse cenário são enormes. Mas o mercado já dispõe de ofertas alternativas para atender a essa demanda.

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) sempre causou polêmica e dúvidas quando debatida. Decorrente de diversos adiamentos nos trâmites legais, a lei foi entrando em vigor “aos pedaços”. Porém agosto de 2021 foi o seu marco final, e agora a lei está em vigência integral, o que inclui as temidas multas de R$ 50 milhões ou até 2% do faturamento por infração.

Segundo um levantamento realizado pela consultoria ICTS Protiviti, o número de empresas que ainda não estão preparadas é de aproximadamente 80%. Um dos motivos para essa alta quantidade é a insegurança jurídica que o Brasil passa para as empresas, e a maior parte delas imaginou que a regulação não saísse do papel. Mas a LGPD é decorrência de uma tendência mundial, e a ausência de uma legislação nesse sentido causaria prejuízos ao país perante o comércio internacional.

“O cenário atual é caótico. Empresas já começaram a ser multadas em milhares de reais, e os empresários estão correndo atrás do tempo perdido. Neste primeiro passo, muitos já tropeçaram. Por ser uma legislação nova e onde houve pouca procura até então, são poucos os profissionais já capacitados e com experiência para condução desses projetos. Boa parte de nossas demandas hoje são para consertar projetos que não deram certo”, comenta Alberto Azevedo, CEO da CYB3R Brasil.

A busca pela regularização já tem movimentado diversos setores, que planejam como atender a toda essa demanda. Porém devido à multidisciplinaridade do assunto, o mercado tem se organizado em parcerias, onde escritórios de advocacia, por exemplo, trabalham em conjunto com empresas de TI e de segurança da informação para dar conta de um projeto como um todo. “Isso torna a empresa contratante refém das parcerias estabelecidas anteriormente pela empresa que ela deseja contratar”, ressalta o CEO da startup CYB3R.

A startup produziu um modelo operacional que se propõe a fazer algo antes considerado impossível. Colocar todos os recursos disponíveis sob um único “guarda-chuva”, para então alocar em cada projeto a exata a combinação ideal de recursos de acordo com as especificidades de cada cliente e de cada iniciativa.

Joint venture de profissionais e empresas

Foi desse trabalho que surgiu, por exemplo, o CYB3R DPO, uma joint venture de profissionais e empresas atuantes da área de privacidade e proteção de dados, que até o fechamento dessa edição reunia mais de 3.400 recursos diferentes em 238 cidades do Brasil. “A contratante não se incomoda com nada e ainda economiza dinheiro. A gente aloca os profissionais e empresas de que ela precisa, no momento em que ela precisar deles” explica Azevedo

Com a escassez de mão de obra qualificada, e as complexidades inerentes ao tema, as empresas ainda terão um bom caminho a percorrer. Mas, com cada vez mais projetos e equipes integradas, atuando de forma conjunta em projetos orquestrados pela CYB3R, a LGPD pode ficar em dia no país. “Caiu como uma luva em um mercado que enfrenta uma forte crise por mão de obra qualificada”, observa Marcelo Crespo, sócio do Peck Advogados, escritório especializado em Direito Digital que faz parte da joint venture liderada pela startup.

Mas não são somente as empresas contratantes que estão animadas com o novo modelo de contratação disponível. Davis Alves, presidente da Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade e Proteção de Dados (ANPPD), comenta: “O modelo de contratação criado pela CYB3R é interessante, porque oferece vantagens tanto para os profissionais atuantes na área quanto para as empresas que contratam esses serviços. Por essa razão a ANPPD é uma apoiadora oficial do projeto CYB3R DPO”.

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