Forense Digital: as tarefas e os cuidados que caracterizam o trabalho dos peritos

Ana Moura, analista de Forense Digital e professora da pós-graduação de Perícia Forense Digital do Idesp

Especialistas do Idesp falam sobre as boas práticas da área, como as previstas pela norma ISO/IEC 27037, e os requisitos legais em um processo investigativo digital

O perito de Forense Digital exerce uma das profissões mais promissoras da atualidade. Quem optar por essa função tem por missão o cuidado com as evidências, sua preservação, guarda e registro para levar as autoridades à verdade. Assim como para uma perícia de DNA ou papiloscópica, para uma perícia digital existem também ritos e procedimentos que ajudam o especialista a fazer a aquisição dos dados e de provas em uma investigação cibernética.

“Um perito em tecnologia da informação é um profissional que possui uma boa experiência e passa por constantes treinamentos para se manter atualizado nas técnicas empregadas, para restaurar dados que estejam em forma digital, sempre observando requisitos legais e as melhores práticas”, explica Marcelo Caiado, professor da pós-graduação de Cyber Threat Intelligence do Instituto Daryus de Ensino Superior Paulista (Idesp). 

A ISO/IEC 27037 (Tecnologia da Informação – Técnicas de Segurança – Diretrizes para identificação, coleta, aquisição e preservação de evidência digital) é a norma que orienta as melhores práticas tanto em campo quanto em laboratório.

“Em 2019, houve uma alteração no Código de Processo Penal, a qual determina a atuação do perito e agentes de força da lei para o trato com apreensão de vestígios em cena de crime”, comenta Emerson Wendt, delegado de polícia e professor do Idesp. “Com isso, somente o profissional capacitado tem a autorização para entrar em sistemas para averiguar crimes para, assim, evitar possíveis manipulações das informações”, completa. 

Segundo Ana Moura, analista de Forense Digital e professora da pós-graduação de Perícia Forense Digital do Idesp, o perito deve seguir alguns passos para garantir a integridade das provas. “O caminho começa com a coleta e preservação, passando pela validação, identificação, análise, interpretação e apresentação do laudo final, tendo durante todo o processo a presença da documentação registrando as ações realizadas e seus autores”, assinala. 

Recuperação de dados apagados

Durante o processo de investigação, o profissional em Forense Digital está apto a recuperar dados apagados dos dispositivos. “Atualmente, existem ferramentas que possibilitam, além de tomar conhecimento do que está no dispositivo, conhecer o conteúdo que o autor, ou suposto autor, teria destruído para frustrar as forças da lei”, observa Moura.

O sucesso de uma investigação policial passa pela cadeia de custódia, na qual não respeitar as normas poderá impactar todo o trabalho de averiguação. “É muito importante para os profissionais que atuam com investigações e perícias terem como norma que os procedimentos não devem ser públicos, mesmo que uma informação possa ser pesquisável, pois não convém facilitar o trabalho do criminoso”, finaliza Caiado. 

Para mais informações, acesse os conteúdos abaixo: 

– Cadeia de Custódia em Processos Investigativos, por Ana Moura: https://lnkd.in/eR57a4a 

– Não cabe amadorismo quando o assunto é investigação policial, por Marcelo Caiado: https://lnkd.in/ePAHJgY 

– Quais são os protocolos necessários para preservação de evidências em celulares?, por Emerson Wendt – https://www.youtube.com/watch?v=2XASpkQ0FPM

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *