Para explorar os benefícios da IoT, é preciso que as organizações desenvolvam uma forte estratégia baseada em análise de riscos e proteção contra cibercrimes
Alan Lopes (*)
A Internet das Coisas (IoT) está cada vez mais presente na rotina das empresas e, sem sombra de dúvidas, é uma das estratégias mais acertadas, essencialmente por sua principal característica, a de captação de grandes volumes de dados, em tempo real.
Um estudo realizado pela Mckinsey, consultoria empresarial americana, aponta que a Internet das Coisas terá um impacto econômico equivalente a até 11% da economia mundial em 2025, chegando a US$ 11,1 trilhões por ano.
Mas, no pacote de toda essa infinidade de opções atrativas que a IoT oferece, vem o risco com a segurança de informações, já que sequestros e ataques às bases de dados têm se tornado cada vez mais frequentes.
O princípio para se trabalhar com IoT, integrada ao ERP, é desenvolver uma forte estratégia baseada em análise de riscos e segurança. Esse processo trará agilidade na identificação e classificação por prioridade de caso, considerando probabilidades e impactos no negócio.
Estima-se que os prejuízos provocados pelo cibercrime chegam a US$ 6 trilhões no ano, o que inclui ataques a servidores, sequestro de dados, fraudes, interrupção de softwares de gestão, deleção de informações, perdas de históricos, roubo de propriedade intelectual, entre outros eventos.
Imagine que cada endpoint conectado à IOT (sejam notebooks, computadores, smartphones e até câmeras de vigilância) são perfeitas portas de entrada para hackers.
O estudo da Mckinsey indica que hoje há mais de 15 bilhões de dispositivos conectados no mundo todo, porém esse número deve dobrar até 2025, chegando a 35 bilhões de aparelhos conectados, cerca de cinco vezes a população mundial.
Por esse motivo, o sistema de gestão deve ser monitorado e protegido de forma frequente, contar com criptografia, replicação de dados e planos de contingência, incluindo a adoção de soluções de autenticação de múltiplo fator, que garantam que o usuário que está acessando o dispositivo é realmente quem diz ser.
Além disso, o mercado está em constante mudança, e todo esse volume de informações gerado pela IoT precisa ser protegido. Dessa forma, leis como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que regula o tratamento de dados pessoais, têm por objetivo garantir o direito à privacidade.
Vantagens da IoT integrada ao ERP
Produtos habilitados para IoT, integrados ao ERP, criam maior conexão entre clientes e fornecedores, reduzindo erros em transações e custos de processos, divergências de cadastros e projetos.
O ERP atua como centralizador e processador de informações, transformando o enorme fluxo de dados gerados pela IoT, direcionando cada ação para tomadas de decisões mais assertivas.
Essas captações de informações são infinitas e vão desde preferências alimentares, de cores e estilos, até dados sobre saúde, rotinas, etc, permitindo que as empresas tracem estratégias.
Com os dados em mãos, é possível otimizar rotinas de atendimento ao cliente, gestão de estoque, ativos, produção, contratos, além de toda a inteligência de vendas, tudo por meio da integração entre o ERP e a IoT.
Por mais que o uso da Internet das Coisas acarrete alguns cuidados extras, ainda assim não dá para ignorar a importância dessa ferramenta associada aos benefícios de um sistema de gestão como partes atuantes na transformação digital do mundo corporativo.
(*) CEO da CRM Services