Quais são os desafios para a prevenção à lavagem de dinheiro com a evolução tecnológica?

Janny Castro, diretora de Financial Services da Mazars

Empresas e instituições financeiras investem em segurança cibernética para enfrentar e minimizar os riscos de fraudes. Criptomoedas trazem problemas com a falta de regulação específica e com a identificação das pessoas.

De acordo com uma publicação especializada, a Finbold, os grandes bancos tiveram em todo o planeta mais de US$ 15,13 bilhões em multas no ano passado. Um dos principais motivos são as falhas ocorridas no combate à lavagem de dinheiro. Em um mundo cada vez mais tecnológico, quais são os desafios quando se trata do tema?

“Nos dias de hoje, com a evolução tecnológica, tanto as empresas quanto as instituições financeiras investem em segurança cibernética para enfrentar e minimizar os riscos de fraudes. O mundo todo tem olhado esse aspecto com mais atenção e, obviamente, como a forma de lavagem de dinheiro muda, principalmente por conta da mudança dos modelos de negócios, a maneira em que tudo é monitorado também evolui”, afirma Janny Castro, diretora de Financial Services da Mazars.

Ainda de acordo com a executiva, outro desafio está relacionado às criptomoedas. “Para adquirir esse tipo de ativo, não é preciso passar por um intermediário financeiro. Quem entende um pouco mais do assunto compra diretamente, o que torna complexa a identificação do indivíduo que está realizando a operação, pois neste cenário não há uma barreira de controle.”

Sem a figura de um intermediário, que faça o processo de “conheça seu cliente”, não haverá uma avaliação da origem lícita dos recursos. O processo de “conheça seu cliente” é exigido pelos reguladores no sentido de garantir a identificação da pessoa que está realizando uma operação. “Há um gap bem significativo. Há ainda a necessidade de um aprofundamento das discussões a respeito do assunto”, diz Janny.

A especialista alerta para a facilidade de criar uma criptomoeda. “Os problemas da falta de regulação específica e a falta de identificação das pessoas são o uso desses recursos para lavagem de dinheiro, fraude e até mesmo terrorismo”, declara.

 

 

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