Advocacia 4.0: o futuro é agora

A tecnologia deve ser vista como uma aliada para eliminar trabalhos repetitivos, trazer segurança e qualidade nos serviços prestados

Luzia Neves de Azevedo (*)

A primeira revolução industrial mobilizou a mecanização da produção usando água e energia a vapor. A segunda revolução, então, introduziu a produção em massa com a ajuda da energia elétrica. A terceira revolução industrial surgiu da mudança de sistemas analógicos e mecânicos para sistemas digitais, resultado direto do enorme desenvolvimento nas áreas de computadores e Tecnologia da Informação e Comunicação.

O termo “Indústria 4.0” teve origem em um projeto estratégico de alta tecnologia do governo alemão, que promoveu a informatização da manufatura. Indústria 4.0 ou Quarta Revolução Industrial é uma expressão que engloba algumas tecnologias para automação, troca de dados e utiliza conceitos de sistemas ciberfísicos, Internet das Coisas e Computação em Nuvem (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%BAstria_4.0).

A Quarta Revolução está transformando a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos com o mundo. O universo jurídico, particularmente, vem vivenciando mudanças com o vasto emprego da tecnologia e todos os dias está rompendo barreiras da era 4.0!

Um marco importante dentro Poder Judiciário foi a transformação dos processos em papel nos sistemas de processos eletrônicos.

Com base no sistema informatizado do Poder Judiciário, a Inteligência Artificial (IA) trouxe aos departamentos jurídicos condições de gerenciamento mais eficientes dos processos, como por exemplo na coleta e armazenamento de informações, tratamento de dados, acompanhamento de prazos, audiências, elaboração de relatórios, dentre outras infinidades de possibilidades.

A revolução abrange também recursos mais complexos. Além da IA, surgiram também a Jurimetria e o Big Data, inovações que estão sendo estudadas e adotadas pelo mundo do Direito.

Capacitação dos profissionais

Os departamentos jurídicos devem estar preparados, com profissionais capacitados para utilizar a tecnologia. Esta deve ser vista como uma aliada para eliminar trabalhos repetitivos, trazer segurança e qualidade nos serviços prestados.

A revolução 4.0 é um convite inegável para que a advocacia se mantenha reinventando, inovando e oferecendo serviços jurídicos de alta qualidade.

Com relação ao advogado 4.0, ele já está inserido no mundo moderno do Direito, enxerga a tecnologia como uma aliada, conhece e utiliza as ferramentas digitais para dinamizar sua atuação profissional, inserindo-as em seu cotidiano. Remete muitas de suas atividades jurídico/administrativas para os sistemas informatizados, dedicando-se às tarefas estratégicas e intelectuais.

Para manter-se atualizado sobre as inovações, o advogado se capacita no Direito Digital, nas novas tecnologias e na automação das atividades, utiliza plataformas jurídicas online, realiza assinaturas digitais, contrata correspondentes jurídicos por meio de sites especializados, participa de reuniões via conferência online, entre outras atividades.

Os escritórios e departamentos jurídicos inseridos na Revolução 4.0 investem em tecnologia e softwares jurídicos. Seus profissionais são dinâmicos e dispostos a desenvolver competências para trabalhar com as inovações.

São modernos, têm facilidade em delegar para as máquinas e as tecnologias o que elas podem fazer e concentrar-se nas tarefas estratégicas e na produção de conteúdos que realmente atendam às necessidades dos clientes, direcionando seus esforços para oferecer alta qualidade na prestação de serviços.

Nesta revolução, os escritórios e departamentos jurídicos seguem atentos às novas exigências dos clientes, trabalham com demandas mais elaboradas, se comprometem a realizar atendimentos dinâmicos pelo uso de meios eletrônicos.

Os escritórios e departamento jurídicos que se adequam aos novos tempos digitais estão no rumo correto, assim como os profissionais do Direito, que devem aderir à advocacia 4.0, se preparar para as ferramentas e tendências de um novo mercado jurídico.

(*) Advogada integrante do escritório Cerveira, Bloch, Goettems, Hansen e Longo Advogados Associados, na posição de Controller Jurídico.

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