80% das empresas aumentam a demanda por dados na pandemia, diz pesquisa da Experian

Julio Guedes, diretor de Decision Analytics da Serasa Experian

Apesar da crescente necessidade de dados como apoio ao negócio, um terço dos entrevistados nos EUA, Reino Unido e Brasil ainda enfrenta a má qualidade das informações capturadas

Pesquisa Global de Gestão de Dados, realizada pela Experian nos Estados Unidos, Reino Unido e Brasil, revelou que a demanda por dados aumentou durante a pandemia de Covid-19. Localmente, 83% dos participantes fizeram essa afirmação – sendo que 48% observaram este aumento e conseguiram contemplá-lo, enquanto 35% enfrentaram dificuldades para atender à necessidade. A média global é de 84%. Este movimento, impulsionado pela mudança no comportamento dos consumidores – que priorizaram compras e outras experiências on-line –, fez com que os negócios também se tornassem mais dependentes dos dados, com o Brasil se destacando nesta questão.

“A pandemia tem sido um catalisador para a esperada transformação digital. As empresas precisam se mover ainda mais rapidamente para atender às necessidades em constante mudança dos clientes, e os líderes sabem que a tomada de decisões com base em dados é a chave para evoluir da maneira certa”, conta Julio Guedes, diretor de Decision Analytics da Serasa Experian.

Apesar da maior dependência e da necessidade de insights confiáveis para a tomada de decisão, os negócios ainda enfrentam dificuldades com a qualidade das informações capturadas de consumidores e empresas. Conforme o relatório, 32% das companhias no mundo dizem que esses dados são imprecisos e que 55% dos líderes não confiam nas respostas. Por conta disso, mais da metade dos participantes afirmam que melhorar a qualidade é uma prioridade – no Brasil, o número de respondentes chega a 62% nesta questão.

Outra falha causada pela falta de segurança nos insights é a falta de agilidade: 54% dos respondentes brasileiros admitiram este problema, o que acabou impactando a resposta às mudanças geradas pela pandemia de Covid-19. O Reino Unido foi o mais afetado, uma vez que 64% fizeram esta afirmação; Estados Unidos tiveram 62% concordando, mesmo número da média global.

Para aprimorar esta frente, o relatório indica alguns caminhos tomados pelas empresas. A maior parte delas afirma ter problemas com a falta de habilidade dos profissionais para lerem os dados (62% no mundo e 59% no Brasil). Por isso, oito em cada dez dizem estar contratando pessoas para funções dedicadas aos dados nos próximos seis meses, pela média global.

Outro ponto de melhoria sinalizado no relatório é a oferta de mais tecnologia para as equipes – 77% dos líderes no Brasil e 82% no mundo.  “É preciso voltar ao básico: investir em pessoas, processos e ferramentas para criar resiliência contra riscos futuros. Alocar recursos nas áreas certas fará com que o retorno do melhor gerenciamento dos dados venha mais rapidamente”, comenta Guedes.

Brasil: 87% desejam usar dados para beneficiar a sociedade

A pandemia de Covid-19 expôs o potencial do uso dos dados em benefício da sociedade, segundo o relatório da Experian. Os líderes que responderam ao questionário estão atentos a esta oportunidade, principalmente no Brasil.

O país se destaca, com 87% dos entrevistados confirmando que poderiam usar seus dados para o bem comum, acima da média global de 77%, e 81% dizendo que foram capazes de fazer isso ao longo dos meses de distanciamento social no país.

Localmente, as companhias se mostraram mais dispostas a compartilhar talentos que atuam com dados para desenvolver soluções, aumentar a colaboração entre empresas e fornecer treinamentos e ferramentas para quem perdeu o emprego por conta da pandemia. Entre outros pontos citados estão trabalho voluntário e oferta de informações para organizações não-governamentais e órgãos do governo.

“É animador ver as organizações olhando além do que pode incrementar seus processos e atingindo positivamente a sociedade. E essa utilização dos dados para o bem comum vai permanecer depois da pandemia e deve seguir quando a vida voltar ao normal”, finaliza Guedes.

O relatório completo da Experian pode ser acessado aqui.

O estudo foi realizado em novembro de 2020 pela Insight Avenue para a Experian e entrevistou mais de 700 pessoas nos Estados Unidos, Reino Unido e Brasil com cargos de liderança em diferentes departamentos, como finanças, tecnologia, operações, atendimento ao consumidor, gerenciamento de dados, entre outros.

 

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