16ª edição da Fenalaw aponta rumos do Direito no Brasil

Evento aborda a transformação vivida pelo setor jurídico, com destaque para o cenário das inovações tecnológicas
A capital paulista recebe de 23 a 25 de outubro, a 16ª Fenalaw, que reunirá especialistas para discutir os rumos da advocacia no País, além de numerosas empresas expositoras. O evento acontece no Centro de Convenções Frei Caneca, das 9 às 19 horas.
O evento tem dois segmentos principais: 1) A feira de negócios, com apresentação de novidades em produtos, serviços e tecnologias voltadas para os escritórios de advocacia e departamentos jurídicos; 2) Um amplo congresso direcionado para a capacitação técnica e atualização nas diversas especialidades do Direito.
O Congresso Fenalaw inicia-se com a plenária de abertura, que contará com a participação do jornalista Marcelo Tas; o presidente da OAB São Paulo, Caio Augusto Silva dos Santos; a economista-chefe da XP, Zeina Latif; o membro do conselho da International Association of Artificial Intelligence (I2AI), Marco Lauria; a consultora de palestras e treinamentos, Gaya Machado, e o VP Governance, Risk & Compliance da Vexia, João Carlos Orzzi Lucas.
O conteúdo da grade de programação está dividido em auditórios temáticos: Seminários de Direito Digital e Tecnologia, Marketing Jurídico, Compliance, Contratos, Direito Público e Regulatório, Direito Societário, Direito Trabalhista, Direito para o Agronegócio; Mentoring Sessions by FSMA e Smart Class Direito Digital e Inovação (com Patrícia Peck); e ainda os Congressos de Gestão de Escritórios Grandes, Departamentos Jurídicos e PMEs.
A pauta desta edição é o cenário de transformação vivenciado pelo setor jurídico que demanda dos profissionais novas competências, que vão além do que é ensinado nas salas de aula. A advocacia do futuro está cada vez mais inserida no universo das inovações tecnológicas como a Internet das Coisas, Inteligência Artificial, Big Data, Robotização, Blockchain e Machine Learning. A temática de proteção de dados com a nova Lei Geral, que começa a valer em 2020, também será tema recorrente das palestras.
Já a feira de negócios contará com a participação de mais de 70 marcas nacionais e internacionais com inovações focadas em mediações online, gestão de pessoas e recrutamento de profissionais, cálculos trabalhistas, perícia jurídica e digitalização de documentos. No espaço acontecem também as Fenatalks, palestras gratuitas que podem ser acessadas por todos os visitantes e a Vila do Conhecimento, onde serão lançados livros do segmento jurídico.
Eventos paralelos — Uma das novidades da Fenalaw 2019 é a realização de dois eventos paralelos que acontecem como parte da programação. No dia 24 de outubro, a Conferência Internacional Governança da Informação, realizada em parceria com a Graciotti empresarial, e nos dias 24 e 25 o 4º FIT Fórum Internacional da Tributação, em parceria com a Faculdade Brasileira de Tributação (FBT).
Para participar — O credenciamento online dos visitante e as inscrições para o Congresso Fenalaw estão abertos no site: www.fenalaw.com.br. A credencial de visitante é válida para os três dias de evento, com acesso gratuito à área de exposição e às Fenatalks.
Fenalaw 2019
Data: 23 a 25 de outubro.
Horário: 9 às 19 horas.
Local: Centro de Convenções Frei Caneca – R. Frei Caneca, 569 – Bela Vista – São Paulo – SP.
Sobre a Fenalaw
A Fenalaw é a maior plataforma de conteúdo e de negócios jurídicos da América Latina, o principal encontro de departamentos jurídicos e escritórios de advocacia do País. Na edição de 2018, o evento reuniu 5.260 congressistas e visitantes qualificados, 280 palestrantes e 70 marcas expositoras. O evento é organizado pelo Informa Markets.
Thomson Reuters promove terceira edição do Trust Summit na Fenalaw

(Foto: divulgação)
Multinacional organiza ciclo de palestras sobre tendências do mercado jurídico e apresenta inovações de lawtechs parceiras
A Thomson Reuters, multinacional provedora de informação estratégica e soluções em tecnologia para os diferentes segmentos do Direito, participa da 16ª Fenalaw, o maior e mais completo congresso do mercado jurídico na América Latina. Com o objetivo de discutir as novidades e tendências que podem impactar a atuação dos profissionais, empresas e departamentos jurídicos, o evento acontece em São Paulo, de 23 a 25 de outubro.
Devido ao sucesso das últimas edições, a Thomson Reuters apresenta a terceira edição do Thomson Reuters’ Trust Summit, que reúne palestras e debates exclusivos sobre temas relevantes do atual e futuro cenário do mercado jurídico no Brasil e no mundo. As apresentações serão ministradas por autores da Revista dos Tribunais, selo editorial da Thomson Reuters, e especialistas no Direito nacional, representado por juízes, advogados e responsáveis por departamentos e escritórios jurídicos. Por serem vagas limitadas, os interessados em participar deste evento exclusivo devem se cadastrar através do link .
Neste ano, a multinacional vai, mais uma vez, surpreender o público com o maior e mais tecnológico estande da feira. Com 108m², o espaço Thomson Reuters permite o acesso dos visitantes em 360º, seguindo um conceito de inovação aberta, o espaço traz ativações para potencializar encontros, troca de ideias e fluxo de informações entre clientes e representantes da Thomson Reuters. O espaço também contará com um palco aberto e arquibancada que reproduz o espaço do Future Law Innovation Center (FLIC), primeiro espaço de inovação mantido pela empresa na América Latina, onde serão apresentadas as palestras. Outra novidade serão os totens, localizados em uma das laterais do estande, para que as startups parceiras apresentem suas inovações aos visitantes. Lá, o público também poderá degustar as soluções da marca e terá acesso à biblioteca virtual da companhia, o ProView, que reúne mais de mil títulos, acessíveis em dispositivos móveis.
“Nosso intuito é simplificar e abrir espaço para inovação no cotidiano dos nossos clientes e parceiros. Por isso, o design desse espaço é antes de tudo um design de relações para inovação: aberto, simples, convidativo e com uma curadoria confiável para potencializar as conversas que importam. Nossas tecnologias, informações confiáveis e expertise humana estão redefinindo a forma que os profissionais trabalham, mas precisamos estabelecer confiança e parceria para que os profissionais jurídicos sejam indispensáveis em sua inovação e performance”, explica Ralff Tozatti, diretor de Marketing da Thomson Reuters na América Latina.
Segundo a organização, a Fenalaw 2018 cresceu 24% em relação ao mesmo evento em 2017. Para este ano, projeta-se a superação do número de participantes em 2018, que foi de 5.200 presentes. Já quanto ao perfil do público, espera-se, como nas edições anteriores, que cerca de 47% sejam de representantes de escritórios de advocacia e 53% por tomadores de decisão em departamentos jurídicos.
Programação – Thomson Reuters Trust Summit:

(Foto: Divulgação)
Kurier apresenta nova funcionalidade do Kurier Analytics 3.0 na Fenalaw

Plataforma passa a contar com a visão comportamental dos processos julgados em 2ª instância
A Kurier, empresa especializada em tecnologia e inteligência jurídica, apresenta novo recurso do Kurier Analytics 3.0, plataforma que leva o conceito de transformação para o mercado jurídico, na 16ª Fenalaw, principal encontro de departamentos jurídicos e escritórios de advocacia do País. A plataforma passa a contar com a visão comportamental dos processos julgados em 2ª instância.
O Kurier Analytics 3.0 é uma plataforma on-line de jurimetria (estatística aplicada ao direito), capaz de cruzar variáveis, além de contar com informações estratégicas que proporcionam conhecimento prévio de possíveis desfechos de processos, auxiliando na tomada de decisões. A plataforma disponibiliza uma base robusta e representativa do histórico da justiça brasileira em 1ª instância e, agora, passa a contar também com a visão comportamental dos processos julgados em 2ª instância, ou seja, é possível entender o posicionamento dos Tribunais de Justiça frente às matérias legais dos processos, analisar desfechos realizados em 2ª instância, cruzando informações entre os Tribunais de origem, além de realizar buscas com base nas informações de classes, assuntos e matérias do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Os benefícios trazidos, conforme a empresa, são inteligência preventiva, informações sobre o mercado, subsídios para análise de risco, identificação de tendências de decisões, análise do comportamento da justiça brasileira, benchmarking, prospecção de novos clientes.
Entre os diferenciais oferecidos, a Kurier aponta a base robusta de dados, o uso intensivo de Inteligência Artificial, processos de todas as esferas, base dinâmica e atualizada diariamente, análise preditiva e respostas rápidas.
Outros produtos expostos no evento
Além das novidades na plataforma Kurier Analytics 3.0, a Kurier traz também as melhores soluções do seu portfólio para o evento, com destaque para o Kurier Meridio, plataforma que une todos os serviços da empresa, operando de maneira integrada e nativa o que torna a entrega qualificada, ágil e segura.
A ferramenta passa, agora, a contar com a integração do Cadastro Automático de processos. A funcionalidade permite cadastrar os processos com até 60 dias de antecedência, analisando e classificando automaticamente as informações extraídas das petições iniciais, realizando também a análise preditiva do possível desfecho do processo, disparando automaticamente o workflow de atividades da gestão do ciclo de vida do processo.
Palestras
Durante o evento, a Kurier também promoverá palestras e pitches em seu estande abordando as novidades tecnológicas do mercado jurídico para que os visitantes possam testar, na prática, as soluções da empresa que ajudam a transformar sua gestão jurídica. No dia 25 de outubro, realizará a palestra “Jurimetria e Inteligência Jurídica – A tecnologia como aliada nas decisões estratégicas na advocacia”, que será ministrada por Fred Ferraz, diretor comercial da Kurier, às 15h25, no auditório de Direito Digital e Tecnologia do evento.
“Somos uma empresa por essência pioneira, inovadora e corajosa. Evoluímos ao investir em soluções que transformam a rotina do ecossistema jurídico, proporcionando eficiência operacional e insights estratégicos orientados a dados. Participar da Fenalaw, o maior evento da América Latina do setor, é a oportunidade ideal para apresentarmos nossas soluções e trocarmos experiências, tanto com nossos clientes quanto com o mercado”, afirma Salvatore Bruno, CEO da Kurier.
Confira a programação das palestras e pitches da Kurier na feira:
23/10 – quarta-feira
15h – Crie estratégias de sucesso e feche negócios com vantagem competitiva (Analytics). Ministrada por Fred Ferraz, diretor comercial da Kurier;
17h – A evolução do dado jurídico gerando eficiência e insights estratégicos. Ministrada por Salvatore Bruno, CEO da Kurier.
24/10 – quinta-feira
10h – O uso do dado jurídico na análise de risco e compliance. Ministrada por Elenice Rebolla, gerente de Produtos da Kurier;
11h – Fred Ferraz – diretor comercial da Kurier: Crie estratégias de sucesso e feche negócios com vantagem competitiva (Analytics);
15h – Inteligência Artificial – Ministrada por Paulo Tonin, da Microsoft;
17h – Estatística preditiva aplicada ao direito. Ministrada por Gustavo Sampaio, cientista de dados.
25/10 – sexta-feira
10h – Estatística preditiva aplicada ao direito. Ministrada por Gustavo Sampaio, cientista de dados;
11h – Automação do fluxo de trabalho. Ministrada por Sérgio Brasil, diretor técnico da Kurier;
15h – O uso do dado jurídico na análise de risco e compliance. Ministrada por Luiz Mariotti, comercial da Kurier;
17h – Prospecção estratégica para escritórios de advocacia. Ministrada por Fred Ferraz, diretor comercial da Kurier.

Feira movimenta negócios com cerca de 80 marcas
Foto: Fenalaw Oficial
Em exposição, produtos, serviços e tecnologias para escritórios de advocacia e departamentos jurídicos
A feira de negócios da Fenalaw 2019 recebe nesta edição cerca de 80 marcas nacionais e internacionais que vão apresentar ao longo dos três dias de evento produtos, serviços e tecnologias voltadas para escritórios de advocacia e departamentos jurídicos.
A Elaw, por exemplo, é uma das principais empresas de sistemas para departamentos jurídicos. Utiliza um sistema customizado para melhorar a rotina dos clientes. Para esta edição a empresa trouxe dois novos produtos baseados em Inteligência Artificial: Análise de Movimentações e Análise de Contratos.
Segundo o gerente de Delivery Care da empresa, Daniel Rufino, a feira é um dos principais termômetros mercadológicos para a Elaw. “É aqui que sentimos o cliente, o que ele busca, quais as prospecções para o próximo ano. A Fenalaw é de extrema importância para nós, tanto que é a nossa terceira participação no evento”.
A Legal Manager, por sua vez, nasceu praticamente junto com a Fenalaw e está na feira desde a primeira edição. O sócio-diretor da empresa, Claudio Wilberg, explica que a Legal atende com seus sistemas escritórios e departamentos jurídicos de pequeno a grande porte. A empresa trouxe este ano novas versões do LegalManager (para escritórios de advocacia) e do LegalManagerDJ (para departamentos jurídicos). Ambos com nova interface e recursos de integração com Diários Oficiais e leitura de andamentos em Tribunais, com seus respectivos fluxos de trabalho, além de novos serviços de saneamento de base de dados de processos e aplicação de regras de negócios para auxiliar a equipe jurídica na tomada de decisão.
Wilberg avalia a feira como uma excelente plataforma de relacionamento e vendas. “Nosso estande está bastante movimentado e eu tenho visto visitas muito qualificadas. O primeiro dia de Fenalaw está muito positivo”, concluiu.
Evento debate gestão do compliance na administração pública

Lei anticorrupção passou a exigir programas de conformidade, mas muitas estatais ainda não aderiram
O compliance chegou ao Brasil há pouco mais de cinco anos, em meio à caótica situação desencadeada pelos escândalos de corrupção e lavagem de dinheiro expostos pela operação Lava-Jato. A Lei Anticorrupção, sancionada em agosto de 2013, acelerou mudanças de compliance no mundo corporativo e agora também suscita o debate na administração pública.
No Seminário de Compliance que aconteceu no dia 23 no âmbito da Fenalaw, o Marcelo Zenker, diretor de Governança e Conformidade da Petrobras, falou sobre a questão. O órgão de Governança e Conformidade da Petrobras foi criado em 2014 – após os escândalos da Lava-Jato – para orientar e avaliar atividades incluindo a investigação e redução de riscos de fraude e de corrupção, reportando à administração as ações e os resultados.
Zenker comentou que, mesmo após o decreto nº 9203/2017 – a lei passou a exigir a aplicação de um programa de integridade na administração pública federal direta, no final de 2018 –, apenas 54,8% das estatais tinham um programa de compliance formalizado.
Segundo ele, o cenário está mudando com alguns Estados brasileiros, como o Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Minas Gerais, Mato Grosso e o Distrito Federal, que já avançam na tendência de implementação de sistemas públicos de integridade.
Para Roberta Codignoto, vice-presidente no Instituto Brasileiro de Integridade Pública, o engajamento da sociedade é um dos pontos fundamentais para tornar mais efetiva a implementação de sistemas públicos de integridade. “Cada cidadão possui a tarefa de participar da gestão e exercer o controle social no gasto público. Um exemplo disso é o portal da transparência”, notou.
Seminário de Direito Digital aborda LGPD e Inteligência Artificial

Regulamentação do uso de dados é um caminho para se discutir a regulação da IA
Com curadoria da Opice Blum, o Seminário de Direito Digital e Tecnologia abordou os temas de Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e de Inteligência Artificial (IA) como mecanismo de transparência.
A mediadora do painel, Juliana Abrusio, advogada, colocou a questão da importância da interpretação da LGPD: “É importante lembrar que se trata de um direito dinâmico e não estático. Proteção de dados deve ser analisada dentro de um contexto”.
Andriei Gutierrez, diretor de Relações Governamentais e Assuntos Regulatórios da IBM, falou sobre o uso de IA como facilitadora na vida do ser humano. “O uso de dados está ligado ao desenvolvimento humano desde a antiguidade. E hoje vivemos uma era movida por dados, que muitas vezes salvam vidas”. Ele explica o uso de Inteligência Artificial na medicina, como o monitoramento dos sinais vitais por sensores que podem prever um infarto com até seis horas de antecedência, do recurso que disponibiliza uma rápida pesquisa de literatura médica para um hospital especializado em câncer, ou dos sensores que permitem a aplicação de inseticidas direcionados apenas em alguns elementos de uma plantação, não em sua totalidade.
Gutierrez assinalou também que ainda acha prematuro o debate sobre regulamentação do uso da IA: “Existe uma proposta em questão que exige que haja uma supervisão humana para cada produto de inteligência. Isso não é viável, isso é prejudicial. O recurso vem para o desenvolvimento e temos que explorar isso”.
No aspecto jurídico, o advogado Paulo Lila explicou que a lei convida ao desenvolvimento tecnológico e econômico. Por isso, é necessário unir esforços e fazer com que essa tecnologia trabalhe a favor do ser humano. “A regulamentação por meio da LGPD já é um caminho para se discutir a regulação da Inteligência Artificial. O algoritmo é treinado e temos que construir essa adequação em torno da lei”.
Eventos paralelos sobre Governança da Informação e Tributação

Encontro discutiu conceitos e tendências na gestão da informação nos negócios jurídicos.
Pela primeira vez, em paralelo à Fenalaw, foi realizada a Conferência Internacional Governança da Informação, em parceria com a Graciotti Empresarial. O encontro discutiu os conceitos e tendências na gestão da informação nos negócios jurídicos.
O campo jurídico está aprendendo que utilizar as ferramentas de análise estatística e Inteligência Artificial pode facilitar a transformação do grande volume de informações que circula em escritórios e departamentos jurídicos em conhecimento, propiciando, por consequência, uma vantagem competitiva.
“O segredo da Governança da Informação é utilizar a tecnologia para potencializar o tempo de trabalho do advogado. Há soluções no mercado como sistemas de ERP e de coleta e indexação de dados que contribuem para suprir ineficiências, ou seja, o tempo que o advogado ‘perde’ em tarefas gerenciais e na busca por informações”, destacou João Paulo Graciotti, coordenador do encontro.
Outro evento paralelo que estreou na Fenalaw é o 4º FIT Fórum Internacional da Tributação, em parceria com a FBT Faculdade Brasileira de Tributação. O fórum teve como tema central as reformas tributárias e sua importância para o crescimento econômico. Unificação dos tributos sobre o consumo, mudanças na tributação de renda e pluritributação de serviços na economia digital foram alguns dos assuntos comentados.
Fernando Facury Scaff, professor de Direito Financeiro da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e sócio do escritório Silveira, Athias, Soriano de Mello, Guimarães, Pinheiro & Scaff Advogados, ressaltou pontos sensíveis sobre tributação de consumo no Brasil. Ele fez uma breve análise das duas PECs que estão em discussão atualmente, a PEC 45 e a PEC 110.
Segundo o professor, o ponto central do debate é que o sistema tributário atual não é bom e precisa ser mudado, porém com bastante cautela para não haja uma piora no cenário. Ele explica que um dos projetos é a favor de uma alíquota única para todo o consumo no Brasil, o que segundo o professor pode ser um problema por englobar setores que até então não pagavam alíquota. Além disso, Scaff lembra que em uma das propostas é possível que os Estados inflacionem a alíquota.
O palestrante citou também a proposta do imposto seletivo, que tem como objetivo dificultar acesso a produtos nocivos como cigarros e bebidas. Porém, a iniciativa pode acabar afetando também outros serviços como energia e comunicação. “Aumentar o imposto para a compra de bebidas e cigarros tudo bem, mas dar margem para o aumento de energia e comunicação não é permitido”, conclui.
Congressos de gestão atraem profissionais de escritórios e departamentos jurídicos

LGPD, políticas de estímulo ao feedback dos colaboradores e exigências do Direito 4.0 são debatidas
Os tradicionais Congressos de Gestão da Fenalaw continuaram tendo sucesso com o público que participa dos ciclos de palestras divididos nos segmentos de PME’s, Escritórios Grandes e Departamentos Jurídicos.
No Congresso de Gestão de Departamentos, um dos assuntos mais procurados foi a Lei 13.709/2018, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Impactos da lei e experiências internacionais sobre o assunto foram debatidos em um painel com representantes da Google, Uber, Johnson & Johnsons, AirFox e Pessoa e Pessoa advogados.
Bianca Mollicone, do escritório Pessoa e Pessoa, apresentou um histórico de fatos que levaram muitos países a discutirem privacidade, como episódios de terrorismo e vazamento de informações de Estado. O país que tem a lei mais antiga sobre o assunto é a Alemanha (1970). Os Estados Unidos instituíram a lei de proteção de dados em 2018, seguido pelo Brasil.
Bianca abordou também os erros que as empresas podem cometer com a chegada da nova lei. “O pior erro é não fazer nada, achar que a lei não é para você. A atenção no manuseio desses dados também é muito importante. As empresas não sabem os dados que têm e muitas vezes os guardam para sempre, o que pode aumentar o índice de vazamento e, consequentemente, gerar uma crise”, advertiu.
Flavia Mitri, diretora de privacidade da Uber para a América Latina, explicou que em 2017 a companhia teve uma troca de CEO global e que usou deste momento para focar exclusivamente no assunto. A empresa estruturou pilares de privacidade em diversos setores internos, como jurídico, comunicação, policy, engenharia e produto, entre outros.
Segundo Mitri, a Uber trata todos os países que atende como a mesma rigidez na política de privacidade. “O usuário francês deve se sentir seguro tanto quanto o americano. A diferença por enquanto é o próprio usuário. No exterior as pessoas são muito conscientes em relação aos seus dados, não os entregando com facilidade. Por isso a lei se faz importante, para conscientizar”, disse.
Ieda Dutra, corporate counsel da Google, reforça que privacidade hoje é um esforço global da companhia. “Todos os nossos funcionários têm treinamento de privacidade pelo menos uma vez ao ano. Quem trabalha desenvolvendo produto recebe um treinamento mais específico, mas todos devem estar a par do assunto”, salientou.
Fernanda Bardi, diretora jurídica da Johnson & Johnson, explica que a companhia entende que a adequação à lei é uma jornada; que a empresa já tem uma política abrangente de privacidade e agora está trabalhando para que todos os setores lidem conforme a nova legislação.
A relevância do feedback
O poder do feedback foi tema do Congresso de Gestão de PMEs. A diretora de RH do escritório Mattos Filho, Renata Maiorino, ressaltou a importância do feedback bem elaborado. Muitas empresas não têm como costume promover trocas com os funcionários, buscando ouvir e corrigir eventuais problemas pessoais que podem afetar a vida profissional.
A profissional orienta: é necessário ter sensibilidade na hora de ter essa conversa com os colaboradores. “O feedback é um presente, temos que tratá-lo como tal. É importante conversar com a pessoa sempre apontando a conexão com o futuro, mostrar que suas colocações fazem sentido. Comentários com tom de insulto e provocação não devem ser feitos”, frisou Renata.
Além do engajamento, o processo de feedback aporta benefícios expressivos para o profissional e para a organização. Traz clareza, proporciona mudanças comportamentais e fomenta o desenvolvimento contínuo.
Já no Congresso de Gestão de Escritórios Grandes, Antonio José Monteiro Gaspar, sócio da Chalfin, Goldberg, Vainbroim e Fichtner Advogados, citou as novas competências necessárias para que os escritórios de advocacia avancem na realidade 4.0. “A velocidade e a quantidade de informações estão transformando o mercado jurídico. Os clientes exigem resultados mais rápidos e em menos tempo”, comentou no início da palestra.
Segundo ele, são quatro as competências. A Cultura Data Driven, que mantém controladoria em todos os setores do escritório e um fluxo de trabalho com padrões de atuação e de organização; o Design Thinking, que é o pensamento criativo; o Technology Minded, que implica ser receptivo a novas tecnologias como Jurimetria, Inteligência Artificial e a Automação; e por último, o Business Minded, habilidade de estar atento ao planejamento estratégico.
Seminário de Marketing Jurídico

Experiência do cliente está relacionada com a percepção de valor, ressaltam especialistas
O marketing voltado para o setor jurídico é um campo com potencial pouco explorado. Isso devido ao desconhecimento do assunto por uma parcela de advogados que ainda não acredita que o tema possa ser aplicado em escritórios e departamentos jurídicos. O Seminário de Marketing da Fenalaw apontou as tendências, as práticas e os conceitos para um marketing de sucesso.
O Christiano Xavier, idealizador e co-fundador da Future Law, e Ralff Tozzati, Chief Marketing Officer (CMO) da Thomson Reuters para América Latina, esclareceram o tema de customer experience dentro do mercado jurídico. “A experiência do cliente é o resultante emocional de todas as interações que o cliente tem com o serviço prestado. E é importante porque está relacionada com a percepção de valor dos seus clientes sobre o seu negócio”, explicouTozzati.
Avaliar os aspectos da jornada do cliente não é uma prática comum nos escritórios de advocacia que ainda são focados nas entrega de resultados jurídicos. Mas estamos vivendo a era da experiência e do foco no cliente. “Temos que esclarecer o segmento jurídico de que existem elementos fora da advocacia que contribuem para a rentabilidade e o sucesso do escritório”, finalizou Christiano Xavier.